Uma noite de festa, alegria e ação social celebrou nesta quinta-feira o Dia das Crianças no Cacam (Centro de Apoio à Criança e Adolescente de Marília), abrigo para filhos de famílias envolvidas em casos de violência ou abandono que já chegou a ter 40 internos e hoje atende 12.
Além de oferecer lanches, presentes e animação, a festa apresentou as obras de modernização do espaço, um investimento que beira R$ 200 mil e envolve obras físicas, novos equipamentos, suporte em conforto e bem-estar para os menores atendidos.
A casa é mantida pelo Rotary Club Marília de Dirceu com apoio de empresas, outros Rotary Clubs da cidade e coletividade. Ocupa terreno da antiga Papelamar, no bairro Palmital.
A reforma levou o espaço de dois para seis quartos, sem ampliar vagas. O objetivo foi melhorar a estrutura, oferecer garantias de conforto e proteção adequadas, ainda que o objetivo seja ter os internos por pouco tempo.
Cada quarto passa a ter entre três e quatro camas. Todos têm armários e ventiladores. OS banheiros foram reformados, os chuveiros modernizados, toda a parte elétrica refeita. Ar-condicionado nas salas de uso comum, reforma de um salão de beleza uso para treinamento das meninas também foram reformulados.
A segurança da casa também mudou, com muros, arrimo, cerca elétrica, sistemas de monitoramento por vídeo. Sala de aula conta com computadores, conexão com internet e suporte para aprendizado.
Fotos Nilo Pavarini
Hederaldo Benetti, do Rotary Marília de Dirceu
O presidente do Rotary, Hederaldo Benetti, explicou que a casa não recebe repasses públicos, presta um atendimento importante com apoio da comunidade.
“As crianças aqui precisam de alimentação, ensino, roupas, higiene e saúde como em qualquer casa. Mas aqui há o agravante da situação que traz estas crianças. São casos de violência que a coletividade não conhece, não acompanha e que emocionam. O desafio é reintegrar, buscar famílias, recuperar todos os internos. È para isso que trabalhamos”, disse.
O juiz da Infância e Juventude de Marília, José Roberto Nogueira Nascimento, acompanhou a festa e disse que é difícil encontrar em todo o Estado uma casa com a estrutura oferecida no Cacam. Mas alertou sobre a importância do serviço e das famílias.
Juiz José Roberto Nogueira Nascimento
“Não devemos esquecer que este é um abrigo provisório, deve funcionar como UTI. Queremos que todas as crianças sejam bem atendidas, com carinho, respeito. Mas queremos que elas sejam encaminhadas a famílias, que outras cheguem e sigam também.”
O juiz destacou que o Brasil vive conquistas às avessas que refletem na dissolução de famílias e problemas sociais e destacou consumo de drogas como problema. “Não somos mais o primeiro do mundo em futebol, mas somos o primeiro em consumo de crack, o segundo em uso de cocaína.”
O juiz defendeu que as famílias assumam mais responsabilidades por suas crianças e que seja cobrada esta responsabilidade.