Economia

Contra maré, pequenas empresas investem e crescem

Contra maré, pequenas empresas investem e crescem

Virar patrão é um bom sonho, que já rendeu até música. Mas é um grande desafio contra as dificuldades financeiras, a tradição do país em perder empresas e as dificuldades da economia em marcha lenta pela expectativa das eleições. Ainda assim, a ocupação de salas na Incubadora de Marília mostra que muita gente tenta contrariar as estatísticas.

E vai bem. Com duas unidades e 18 vagas, há 14 empresas incubadas neste momento em Marília – com vagas para mais quatro – com empresários que procuraram o Sebrae ou o Univem para iniciar seu projeto.

O processo começa com planejamento completo da empresa: área de atuação, cálculo de estoques, custos mensais, investimentos iniciais, gastos com mão de obra, manutenção, limpeza, previsão de lucro e de remuneração dos proprietários. Todo o estudo é feito no computador com sistema de organização do Sebrae.

Preencher o cadastro dá uma medida das diferentes decisões e custos que montar a empresa envolve. “Para utilizar a incubadora, é preciso que a pessoa tenha um projeto e não tenha constituído empresa ainda. O projeto será analisado pelo Univem, Prefeitura e Sebrae, levando-se em conta que a ideia deve ser inovadora, se a empresa produz algum sistema ou desenvolve produto. O foco aqui é tecnologia”, afirmou o gestor da incubadora mantida no Univem, prof. José Mario Rando.

Nilo Pavarini

Professor José Mário Rando, do Univem

O principal parceiro dos empreendedores incubados é o Sebrae, que oferece suporte de consultores. A Prefeitura disponibiliza um prédio – a segunda e maior unidade – com instalações básicas, estacionamento e acesso fácil.. Na incubadora, o empresário tem serviços de telefone, sala de reunião, treinamento, internet, limpeza, e outros com custo reduzido e o melhor, sem pagar aluguel pelo espaço.

“A crise para alguns é um problema e para outros é uma oportunidade. Existem dois tipos de empresas. A empresa que abre por necessidade, que está fadada a não dar certo. E aquela que abre por oportunidade, que tem mais chances de se firmar no mercado”, afirma o analista de negócios do Sebrae Marília, Sidney Guermandi Ramalho.


Sidney Ramalho, consultor do Sebrae

Ele diz que a chance de sucesso com a incubadora cresce 60%. O índice de mortalidade das empresas que passam pela incubadora é muito baixo, ao contrário dos números nacionais, que apontam que a partir do terceiro ano, 46% das novas empresas acabam fechando. E no quinto ano de funcionamento, esse número sobe para 58%.

EMPRESÁRIOS


Williams Marques, empresário

O proprietário da empresa Tray commerce, Williams Cristiano Marques, disse que o apoio inicial foi fundamental. Ele procurou informações quando ainda era estudante no Univem. Hoje, já fora da incubadora e com dez anos no mercado, a empresa é líder no comércio eletrônico para pequenas e médias empresas do Brasil.

“Na incubadoria nos deram estrutura física; cursos de capacitação por parte do Sebrae, que foi outro grande parceiro; e ela também nos ajudou a ampliar contatos com consultores e profissionais de área dentro da faculdade. Isso foi muito importante nos primeiros anos da Tray”, afirmou ele.


Fagner Paes, empresário incubado

O empresário e diretor de tecnologia da Best Code, Fagner Christian Paes, formado em Ciências da Computação e com especialização em teste de software, destaca apoio para administração como maior vantagem da incubadora.

“Não tenho o conhecimento em gestão, sou especializado na parte operacional e esse apoio do Sebrae e da Incubadora é excelente nesse sentido. Se fossemos buscar isso tudo sozinho seria muito caro, e com a incubadora fornecendo esses recursos fica muito mais acessível.”