Marília

Repercussão – Legado no rádio, vida social e pessoal

Repercussão – Legado no rádio, vida social e pessoal

A despedida ao radialista Walter Saia lotou o velório municipal na manhã e tarde desta quarta-feira. Famílias, amigos, fãs e testemunhas de seu trabalho social foram acompanhar a despedida do radialista e contar histórias de uma vida com muitos legados.

Walter Saia, casado com Ivone Candeloro Saia, deixa quatro filhos: Valter, Walkiria, Valner e Walmir, e sete netos. O filho mais novo, Walmir Saia, lembrou que sua avó, mãe do radialista, está viva. Lectícia Zulianni Saia, 97, é pioneira na cidade, especificamente no distrito de Lácio, com o marido, Ângelo Saia, falecido em 2007.

“Meu pai viveu a época de ouro do rádio e viveu tudo com a família. Eu, meus irmãos lembramos de programas de auditório, lotados. Locutores eram verdadeiros artistas”, disse Walmir, ele também radialista. Seu sucesso no ar permitiu a Walter Saia ser padrinho e amigo de grandes cantores sertanejos, especialmente nas duplas Mato Grosso e Mathias e Jaque e Jones.

“Mato Grosso disse hoje que está em São Paulo gravando novo álbum com músicas que havia prometido mostrar a meu pai. Falavam toda vez que ele vinha à cidade. O José Rico era outro que procurava meu pai sempre que estava aqui. Meu pai fez um show de Milionário e José Rico em início de carreira e lotou o Abreuzão”, disse o filho.

Fotos Nilo Pavarini

Amigos e familiares no velório

“Uma perda muito grande para o rádio de Marília. Ele tinha muito talento e passou mais de 50 anos aos microfones de emissoras da cidade. Era um canhão de audiência, mas, infelizmente ninguém é eterno”, disse o radialista Wilson Mattos, 81, que trabalhou ao lado de Walter Saia entre 1988 e 1996.

De acordo com Mattos, o radialista além de apresentar programas sertanejos nas emissoras por onde passou também compôs músicas. E nas horas de lazer se dedicava aos trabalhos sociais e benemerentes.

“Ele era muito cristão, um católico fervoroso e tinha esse lado de ajudar as pessoas sempre. O Walter ajudava muito o Lar São Vicente de Paula e distribuía cestas de natal. E não tinha inimigos, por onde passou só colecionou amigos, pois tratava a todos com muito respeito”, destacou Mattos.


Rangel Pietraróia, genro de Walter

O engenheiro Rangel Pietraróia, genro do locutor, disse que duas palavras definiram Walter: humildade e simplicidade. “Era um cidadão na essência da palavra. Um homem íntegro, de muita fraternidade, amor efetivo mesmo, vontade de ajudar. Um batalhador que se fez e que poderia ter usado seu sucesso para autopromoção, para se projetar pessoalmente e não usou”, disse Rangel.

Ele lembra a família e o Palmeiras como duas paixões do sogro. “Como toda família italiana havia muito as reuniões de domingo, de finais de semana. E esse legado de humildade foi passado aos filhos, aos netos. Só tenho boas recordações.”


Jornalista e radialista Cido de Almeida

Jornalista, locutor e apresentador Cido de Almeida, com passagem em diferentes veículos de comunicação da cidade, disse que Walter Saia viveu com amor pela profissão, carinho pelos ouvintes e amigos do rádio até o fim. “A gente via esse carinho que o radialismo, o jornalismo atual não tem.”

O radialista esteve no velório como profissional, admirador e como um amigo pessoal: conheceu Walter durante a infância pobre na periferia da cidade. O radialista já era atuante membro da comunidade de São Vicente de Paula e participou de ação para “adotar” e dar suporte a crianças de baixa renda.

“Ficaram todos os voluntários em um paredão e as crianças escolhiam. Escolhi o Walter. Mais que um exemplo profissional e de pessoa ele foi assim meu padrinho, então a perda é grande. Não estamos acostumados a perdas”, concluiu Cido de Almeida.