Vaidade pode ser boa, mas sem excessos

A psicóloga e professora Carmen Valéria Andrade dá algumas dicas de condutas e interpretação dos interesses dos filhos por moda e explica: cuidado com excessos, um pouco de vaidade pode ser bom, mas este não deve ser o foco da criança. Confira as informações:

1) Consumir linhas de moda, maquiagem e acessórios influencia desenvolvimento?

Carmen Valéria  Andrade – Os pais precisam tomar cuidado ao incentivar a vaidade excessiva. De maquiagens a roupas modernosas, não faltam opções para embelezar os pequenos. Alguns parecem, inclusive, versões em miniaturas dos adultos. 

É preciso haver limites, tanto por questões de educação quanto de saúde. Produzir-se para imitar a mãe é normal. Transformar a vaidade no principal ponto de interesse, não.

2) Em que faixa etária é indicado o contato com o mundo da moda?

CVA – Em qualquer idade um pouco de vaidade contribui para uma autoimagem positiva. Mas, aos 5 anos, deve ser uma preocupação leve. O investimento na produção está ligado a contextos profissionais e ao jogo de sedução, coisas que não fazem sentido na infância.” 

Em longo prazo, a fixação por questões estéticas e de estilo pode ser desastrosa. A criança internaliza a busca por um ideal de beleza e chega à adolescência obsessiva com a aparência, o que leva a problemas emocionais e aumenta o risco de transtornos alimentares.

3) Esse comportamento pode fazer a criança sentir-se mais madura, mais adulta fora do tempo?

CVA – Garantir o tempo da infância é importante porque esta é a fase em que se aprende a explorar o mundo. Para que dar à criança elementos adultos tão cedo, sendo que a infância é rápida e única? 

Nesta época a criança aprende a lidar com problemas e desenvolve habilidades que são necessárias no resto da vida. É nesta fase que aprendemos e desenvolvemos as habilidades sociais, temos contato com o mundo e a inteligência, além de desenvolvermos as emoções. 

4) Consumir moda em excesso ameaça a inocência da criança?