O atleta mariliense Iago Gonzales, uma das revelações do taekowdo nacional, disputa dias 6 e 7 de dezembro em Porto Alegre uma vaga na seletiva para a seleção brasileira da modalidade na categoria sub-21 até 68kg. A conquista pode colocar Iago no roteiro internacional de competições. Uma vaga significa a chance de disputar o Mundial e o Panamericano, além de acampamentos de treino e uma bolsa de auxílio aos atletas.
A disputa é feita em sistema de mata-mata e é natural nestas fases esperar enfrentar de três a cinco lutas. É a última atividade oficial do ano e seria momento de coroar uma temporada muito boa para o mariliense.
Aos 17 anos, Iago integrou a seleção paulista e foi campeão brasileiro na categoria juvenil até 68kg. Além do título faturou pontos para o ranking nacional. Também venceu o Campeonato Paulista e o Aberto do Rio de Janeiro na categoria e foi o terceiro na Copa do Brasil e no Brasileiro Interclubes.
Os resultados permitem sonhar alto. “Tenho metas como ganhar o Panamericano e, principalmente, o Mundial. E é para isso que eu treino e luto. Eu pretendo que taekwondo seja minha profissão, porque é o que eu amo fazer e é isso que eu quero para minha vida”, disse o atleta.
Mas como todo esporte amador, os sonhos esbarram na realidade. Falta apoio, faltam estruturas municipais, falta financiamento. Iago treina de segunda a sexta e alterna dedicação ao esporte com tempo na escola. Quer aproveitar as férias para colocar mais dois treinos diários na agenda. E enquanto treina e estuda tem que correr atrás de apoio.
“O dinheiro das viagens sai do bolso. Desanima muitos atletas com potencial e nos impede de participar de todas as competições. Acredito que se houvesse maior apoio da cidade, assim como patrocinadores, poderíamos ir ainda mais longe”, afirmou. “Em Marília temos atletas e treinadores capacitados, porem não temos investimento nem estrutura”, completa.
Um dos problemas é prático. Como ele e o treinador, Sander Borba, precisam bancar todas as viagens e custas fora de casa acabam tendo dificuldade de ir a algumas competições. Nem sempre ele consegue lutar com o treinador ao lado. A própria seletiva está ameaçada pelo alto custo da viagem.
Os bons resultados em pouco tempo são indicador de vale a pena investir. Iago conheceu taekwondo aos 9 anos, mas parou de treinar aos 10 e só voltou aos 14. em três anos de dedicação começa a sonhar alto. E ele sabe que pode ir ainda mais adianta. “Nesta temporada faltou um pouco de foco, coisa que não planejo deixar acontecer em 2015. Espero ser o bicampeão brasileiro, espero integrar a seleção e sonho disputar olimpíada, quero ir em 2020.”
Ele tem chance. Com algum apoio, a cidade vai junto.