Emprego

Dicas para concursos ajudam a buscar carreira jurídica

Dicas para concursos ajudam a buscar carreira jurídica

Serviços públicos em geral projetam abertura de até 40 mil vagas nas carreiras jurídicas para 2015. São empregos desejados por diferentes motivos, especialmente bons salários, estabilidade e possibilidade de carreira. E como é bom, também atrai gente demais. A maior parte destas vagas deve ser ocupada por profissionais que estão entre quatro e oito anos no mercado, estudaram muito e em boa parte dos casos fizeram cursos especiais, direcionados.

O primeiro passo para sonhar com um dos empregos segundo os especialistas é fazer uma análise pessoal crítica e verdadeira. É preciso ter os conhecimentos técnicos, entender a deficiência em cada disciplina e promover reforço no estudo destas disciplinas. Não é pouco a fazer. Há algumas dicas para preparação, decidir entre fazer ou não um curso preparatório, entender as provas e escolher o curso.

“Para a maioria dos aprovados o mapa do tesouro foi o curso preparatório que fizeram. Os cursos oferecem vantagens como diretrizes, tendências das provas, indicação de bibliografia, suporte de especialistas e interação com outros candidatos”, explica a advogada Sílvia Helena Alonso, 51, que dirige com a também advogada Ana Cristina Berlanga, 43, a filial de um dos cursos mais renomados, o LFG, criado pelo jurista e professor Luiz Flávio Gomes, que também foi promotor e juiz.

Elas destacam três carreiras e suas exigências entre as mais procuradas nos últimos concursos:

DEFENSORIA PÚBLICA

Uma das novas carreiras, que permitem atuar como advogado para cidadãos que não podem bancar escritórios particulares, a tendência é pedir conhecimento com viés mais humanístico, mais conhecimento de prática forense e julgados. O salário gira na faixa de R$ 11 mil.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Os concursos para o Ministério Público vêm pedindo conhecimento em ações civis públicas, uma das mais novas e principais áreas de atuação dos promotores em todo o país. Em São Paulo o salário inicial de um promotor gira rem torno de R$ 21 mil.

MAGISTRATURA

Para magistratura de São Paulo são provas de viés legalista, em que não há muitas brechas para interpretação, analogia ou jurisprudência. O salário gira também em torno dos R$ 21 mil.

As duas reconhecem que há candidatos aprovados sem os cursos, mas dizem que isso fica cada vez mais difícil pelo volume de livros a estudar, tendências a acompanhar e detalhes. A preparação envolve entender diretriz das bancas responsáveis pelos concursos, análise das últimas provas, vivência com quem já passou às fases finais e mesmo com aprovados.

Antes de escolher, o curso, alguns pontos a analisar:

– formatação, como é desenvolvido
– carga horária
– metodologia
– recursos e ferramentas deaulas e estudos
– histórico em aprovações

Embora a base de todas seja trabalhar com direito, as carreiras são muito diferentes e as provas também. Para todas a nova exigência básica é a prática de advocacia por três anos. “Acabou aquela história de sair da faculdade e passar nos bons concursos.” Para todas, os editais desfilam bibliografia e exigências. E o nível de conhecimento exigido costuma variar, segundo as diretoras do curso e alunos que estão fazendo as provas.


Fábio César Gomes, 35, quer Defensoria Pública

CONCURSEIRO

Fabio Cesar Gomes, 35, advogado e aluno de ciências sociais, está na fila há quatro anos. Chegou à segunda fase de alguns concursos. Destaca que além das exigências em conhecimento é preciso ter verba e disposição. A maioria das provas é fora e longe de Marília. São viagens, estadia, alimentação. Ele faz curso preparatório. E não adianta fazer só um ano ou um curso.

“O primeiro curso preparatório é basicamente um direcionamento de estudo. Tem suporte, atualização, apresentação de tendências, dicas. Mas os cursos hoje oferecem o que chamam de reta final, focados, direcionados a alguns concursos. Estes são importantes também”, explica.

O primeiro, quase um curso básico, dura um ano e no período pode custar até R$ 5.000. Compensa? Fabio mostra um livro, de quase 1.000 páginas, com informações condensadas em uma das áreas de estudo. “São vários desses a ler. Além de conhecer as bancas, as provas, as especificidades, a atualização de legislação, leis extravagantes (que estão fora dos códigos, como a lei antidrogas, que complementa o código penal). O curso facilita muito para isso.”

Fabio prevê até oito ou nove anos tentando a vaga. Quer defensoria pública. Sabe que outros salários são melhores, mas busca área por afinidade. E estuda. “O curso é um incentivo. Cada vez que um amigo, um companheiro de curso passa a gente sente que está mais perto.”