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Região exporta modelos de sucesso, mas carreira exige dedicação

Região exporta modelos de sucesso, mas carreira exige dedicação

Esqueça biscoitos, balas e esquadrias metálicas. Marília e região podem aparecer no cenário como centro exportador de beleza. A cada geração, um grupo de novos modelos surge na cidade e ganham espaço no mercado internacional apesar da concorrência, desafios e dificuldades de uma carreira que exige demais para entregar as vantagens que promete: glamour, dinheiro e fama. A geração atual está na rua com os primeiros trabalhos e nomes como Isabela Menin, vencedora de concursos mirins e estudantis de beleza e modelo nos primeiros passos de campanhas.

Antes dela, um pelotão de nomes de sucesso puxado pela modelo Ana Paula Barros, de Garça,  que desfilou pelas principais marcas da moda internacional, além de Juli Prado, Maicon Neves e Thiago Lourenço, que saiu das fotos para a TV aberta. É um caminho de sucesso que já deu ao país dois grandes nomes: Alessandra Berriel e Douglas Rasmussen. E a procura continua.

“É como menino querendo jogar futebol. Um pouco menos, mas sempre chegam meninas querendo ser modelo”, conta a coreógrafa e bailarina Maria Izabel Faria. Há 33 anos ela dirige a Jazz Bell academia e há 12 faz concurso de miss primavera em diferentes faixas etárias. Em um desses desfilou Isabela Menin, que aos 17 começou a ganhar visibilidade no mercado.

A academia que sempre atraiu candidatas a bailarinas passou a revelar beldades e unir dança e desfiles como forma de treinar postura, cuidados com o corpo, disciplina e dedicação. As fórmulas para modelos de sucesso. O primeiro desafio é ter o corpo adequado. O mercado segue exigindo 1,75m, 90 de quadril, 60 de cintura e 90 de busto. E aí, a genética e alimentação desde a infância influenciam.

“Isso tem que vir de casa. A gente orienta, mas precisa ter o cuidado desde cedo. Mas há muita gente que nasce pronta, a genética ajuda muito, mesmo comendo de forma desregrada”, conta Maria Izabel.

O fotógrafo Marcelo Aki, 51, há 25 no mercado, fotografou quase todos os grandes nomes da moda que saíram de Marília. Hoje trabalha na produção de books da Jet Set  e diz que modelos de sucesso precisam muito mais que rosto bonito. “Precisa ter atitude, a postura correta nas fotos, a vontade, a dedicação. Exige muito, trabalha-se muito.”

DETERMINAÇÃO

Juli Prado,  dona de uma carreira meteórica, pode ser vista em catálogos, campanhas comerciais, desfiles e campanhas internacionais. “Sem dúvida a maior dificuldade que enfrentei na carreira de modelo é a saudade de casa. Com apenas 17 anos fiz a minha primeira viagem internacional e o destino foi a China. Após um mês, quando me dei conta da distância que estava de casa praticamente entrei em crise, não foi fácil lidar com a situação sendo tão nova.”

Quando começou a fazer sucesso estava na fase pré-vestibular. Enquanto os convites para fotos apareciam, fazia provas. Quando foi aprovada em Administração em uma faculdade estadual renomada foi convidada pra passar uma temporada em Milão.

“Tive que decidir entre a carreira acadêmica e a carreira de modelo. Não foi uma decisão fácil, pois era praticamente decidir entre o que era certo e o que era incerto. Por amar a profissão, escolhi ir pra Milão e não me arrependo da escolha. Aprendi muito vivendo fora do país, amadureci bastante e vivi experiências que poucas pessoas teriam a oportunidade de viver.”

Dá dicas para quem pretende começar a carreira: saiba o que quer e quem você é. A carreira de modelo exige muitas renúncias, por isso, deve-se estar disposto a renunciar muitas coisas como saudade da família, relacionamentos estáveis e conforto.

“Ao mesmo tempo deve-se saber quem você é por dentro e por fora. Todas as meninas com quem terá que concorrer são lindas, por isso, deve confiar em si mesma. Manter os seus valores também é primordial; surgirão muitas situações que tentarão mudar o seu caráter, por isso tem que ser madura o suficiente para não se deixar corromper.”

GUARDE DINHEIRO

“O começo da carreira foi muito difícil , devido a inexperiência em fotografia , falta de contatos profissionais pois tinha apenas 17 anos , falta de dinheiro, imaturidade e insegurança em relação ao futuro . Para eu poder me destacar tive que ser o melhor, conta  Maicon Neves, 33, hoje microempresário.

Ele fez capas de caderno, revistas nacionais, comerciais de grandes marcas (Brahma, Kaiser, Unip, Telefônica), concursos e programas na TV. Faltou a chance no exterior.

“Se tivesse a oportunidade iria para fora do pais. “A dica para quem começa é guardar dinheiro, estudar, ser disciplinado com a carreira nunca desistir dos seus sonhos, fazer a diferença onde estiver”, explica.