A sessão da Cämara de Marília teve nesta quinta-feira uma manifestação do Conselho de Direitos da Mulher e da UBM (união Brasileira de Mulheres) em repúdio ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que nesta quarta-feira disse em discurso que não estupra deputada “porque ela não merece”. A Câmara fez sessão nesta quinta em função do feriado de segunda-feira (8), dia da Imaculada Conceição. Os vereadores discutem projeto que fixa o orçamento da cidade para 2015.
Luciana Santos, presidente do Conselho e coordenadora da UBM, disse que o discurso do deputado acaba servindo como apologia ao crime e à violência contra mulheres, especialmente de viés sexual.
“É um representante do povo e nós repudiamos esse tipo de comportamento que promnove apologia, reforço da questão do estupro. Para nós isso não é brincadeira, é uma coisa séria, que precisa ser tratada com delicadeza, com respeito”, disse Luciana.
Ela acusou o deputado de atacar movimentos sociais e classes oprimidas, além de reforçar homofobia. “Viemos afrontar esse tipo de representantes que se posicionam de forma arbitrária.” Segundo a conselheira, a postura do deputado incentiva uma cultura do ódio e raiva entre a sociedade civil.
O discurso do deputado foi direcionado à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que acabara de fazer críticas à ditadura militar e ao período de torturas, sequestros e violência institucional. Bolsonaro disse que foi chamado de estuprador pela deputada e repetiu a ofensa, que já havia proferido em 2003.