Não acho que os Correios devam ter espírito natalino no atendimento. Na verdade não acho que serviço público nenhum precise disso. Serviço público não precisa ter carinho, benevolência. O rapaz ou a moça do 0800 não precisam ser Papai ou mamãe Noel. O serviço precisa é funcionar sem enrolação, sem empurrar. E funcionar inclui dar informações corretas, admitir erros e deixar que o serviço responda por suas más condutas. Afinal, é assim que o serviço público trata o cidadão.
Quando você não paga, não manda cartas. Não paga impostos? Sofre punições. Não corta o mato do terreno, leva multa. Então porque é que os Correios ou qualquer outro serviço público pode ser uma baderna no quesito atendimento depois de ser um lixo no quesito cumprir sua função básica?
Essa é a essência de uma queixa contra uma empresa, mas trata de forma geral de muitos outros casos que são vistos todos os dias. Para não parecer injusto com os Correios e sua bagunça, vamos citar outras badernas.
A Azul e os atrasos em vôos e danem-se as conexões, perdas, sofrimentos, que você viu aqui no Giro também. Quer mais? As empresas de telefonia e TV a cabo campeãs de queixas de consumidores e de impunidade, vendem pacotes, aparelhos e planos novos enquanto não conseguem garantir o básico: fazer um telefone tocar e falar em muitos bairros da cidade.
Até um motociclista que orienta trânsito no Marília Shopping se acha no direito de fazer pouco caso de clientes e de dificultar a vida de quem está lá buscando o serviços que eles prometem. É um festival de “tô nem aí” e de ninguém faz nada.
Uma baderna em uma cidade que não consegue sequer ter fiscais do Procon e em que o Ministério Público (diferente até de muitos eleitores) acredita em promessas políticas e arquiva um inquérito na base do “ele assumiu compromisso de fazer”, não fez e ficou por isso mesmo.
É uma falta de vergonha e compromisso dos gestores nas empresas, onde as multas e as punições parecem não chegar. Pode ser também um caso de que vale mais a pena pagar a multa do que fazer o serviço correto? Pode ser, afinal, para você é serviço, para eles é negócio.
Mas os funcionários na linha de baixo, na linha do consumior, teriam a obrigação de mostrar mais sensabilidade, não para serem carinhosos ou risonhos, mas para serem efetivos e educados. Para serem honestos nas informações.
E não caia na tentação de dizer que os Correios deveriam ser privatizados e essa gente iria aprender. As telefônicas foram vendidas, o país foi inundado de linhas e aparelhos, os serviços são caros, ruins e os lucros altos.
Em novembro foi a Azul, em dezembro os Correios, o ano todo a telefonia, no Natal o motociclista do shopping e por aí vai, a retrospectiva 2014, assim como a 2013 e tantas outras antes dela vao colecionando histórias de pessoas com casos pontuais de péssimo atendimento enquanto as empresas constroem um perfil geral de pouco caso. E nada acontece.
Feliz ano novo, até a retrospectiva do descaso em dezembro de 2015.