Marília

Essa é do tempo que não havia dengue

Você lembra como era o país sem dengue? Não? Você nem sabia que o país já viveu sem dengue? Bem, não é sua culpa, isso é coisa dos anos 50 e 60. Não chegamos a 20 anos sem dengue no país. Isso significa que há pelo menos uns 40 ou 50 anos a dengue está por aí, segundo dados do Instituo Osvaldo Cruz. Já dava para saber algo sobre prevenção, não é  não?

Ainda não deu para entender como os focos  de mosquito se formam? Não deu para entender que a dengue mata? Como é que uma borracharia ainda é um ponto de risco? Qualquer ponto comercial servir como ponto de risco é um retrato de descaso. É como se ao lado dos adesivos e cartazes “dengue mata” fosse possível colar um “tô nem aí!”.

Não dá né? A prevenção está na TV, entrou nas escolas, rendeu resmas de panfletos e dinheiro público em impressões e coisas assim. Dá para saber que o tal do mosquito é perigoso. Deu né?

Isso posto, pode perguntar o que faz o cidadão com seu entulho? O que a lona jogada na rua de casa ainda está fazendo lá? Quem faz a coleta regular e permanente desse material? Quem faz a destinação adequada deste material?

Em uma cidade em crise, quantos serviços – agentes, carros para coleta, equipamentos – poderiam ser financiados com fortunas que financiaram propaganda, festas, shows, viagens, desvios? 

Qual a estrutura de reciclagem para que o entulho não vá só trocar de endereço? Quantas multas foram aplicadas? Quantas multas deixaram de ser aplicadas porque multa tira voto ou porque quem guardou entulho é amigo?

Tem mais gente errada nessa história. É um caso antigo de “tô nem aí!” com o cidadão. Caso do tempo em que o país nem tinha dengue…