Neste final de semana em Votorantim, logo mais na Argentina. É assim que a ex-enfermeira Érica Forte começa a construir uma nova carreira em um mundo que já foi exclusivamente masculino: as tatuagens.
Casada com o também tatuador Chileno Venegas, Érica estabelece seu próprio estilo, forma clientela, descobre o mundo das convenções de tatuagens e encontra sua vocação com uma fase muito boa: novo estúdio, novos desafios e muita vontade. Desde o começo do mês está com o The Brothers Tattoo em endereço novo, com nova estrutura e projetos para crescer mais.
Ela era enfermeira. Ele farmacêutico. Trabalhavam no mesmo hospital. E descobriram juntos diferentes afinidades, incluindo o fato de que não queriam mais aquelas profissões. Vai dando muito certo e ela vence barreiras.
“Hoje é mais comum vermos tatuadoras, como na maioria das profissões caracterizadas masculinas as mulheres tem chegado com tudo no mundo da tattoo”, conta. Como há muias mulheres tatuando, descobriu que há um mercado a conquistar.
“A maioria das mulheres gosta de tatuar com tatuadora, principalmente quando se trata de partes mais íntimas, apesar de os meninos serem superprofissionais. Neste sentido algumas mulheres se sentem constrangidas ou em outros casos são os maridos e namorados que tem essa preferencia.”
Melhor, nunca percebeu o contrario, não encontrou ninguém que preferisse não tatuar pelo fato de ser mulher.
GIRO MARÍLIA – Qual o estilo de suas tatuagens?
ÉRICA FORTE – Procuro ser uma profissional versátil fazendo a maioria dos estilos pra que possa agradar ao cliente fazendo a tattoo no estilo que ele mais curte. Mas estudo mais profundamente o japonês tradicional, talvez pela história, tenho imenso respeito por essa cultura.
Hoje com toda a tecnologia e acesso as redes sociais os clientes têm conhecido os diversos estilos de tattoo, não tem um estilo mais procurado. Além disso procuramos auxiliar nas pesquisas para que possam escolher com tranquilidade e sem arrependimentos.
GIRO MARÍLIA – Como surgiu a paixão por tatuagens?
ÉRICA FORTE – Na verdade meu interesse por tattoo primeiro foi como cliente. Depois, quando o Chileno começou a tatuar sempre procurei participar dos estudos e sua evolução. Há um ano decidi trocar de profissão. Fui enfermeira por 12 anos mas a paixão pela tattoo falou mais alto, até porque já não estava mais conseguindo conciliar tanto estudo e trabalho.
Quando nos conhecemos o Chileno era farmacêutico e eu enfermeira no mesmo hospital. Fiz minha primeira tattoo com 23 anos. Pensei muuuuuuuito bem antes, ainda estava no segundo ano de faculdade.
GIRO MARÍLIA – Fica mais fácil agora que tatuagem não é tanto tabu, está popularizada..
ÉRICA FORTE – O fato de a tatuagem ser um assunto de grande interesse das pessoas e estar na mídia hoje ajuda muito. Os clientes têm mais acesso a informações sobre os estilos de tattoo, escolha do profissional que mais o agrada, do estúdio etc. Deixou de ser tabu ou algo proibido aos olhos da sociedade.
GIRO MARÍLIA – O que falta para os estúdios ganharam ainda mais valorização na cidade?
ÉRICA FORTE – Acredito que Marília comportaria muito bem um evento maior de tattoo, prestigiaria os profissionais da cidade e traria grandes artistas de outros lugares também, seria muito legal ampliar o olhar do mariliense pra tatuagem
GIRO MARÍLIA – E vem aí um novo mundo dentro do mercado, viagens convenções. Como é isso?
ÉRICA FORTE – Até hoje participei de três convenções – São Jose dos Campos, Taubaté e Montevidéu (Uruguai) e esses eventos proporcionaram uma experiência incrível. Mês que vem estarei na Argentina levando o nome da cidade junto com o Chileno.
GIRO MARÍLIA – E no Brasil, expandindo fronteiras?
ÉRICA FORTE – Vou participar do meu primeiro flash day na loja de um amigo em Votorantim neste fim de semana. Tô muito feliz, me sinto reconhecida e lisonjeada por isso. Este ano por enquanto fechei convenção para participar também em Gramado e Ribeirão Preto.
GIRO MARÍLIA – Como é trabalhar com o Chileno, que já vive fase de maior reconhecimento, premiações, maior visibilidade? Como você atua com o estúdio?
ÉRICA FORTE – O fato de ter o nome atrelado ao nome do chileno não me incomoda, pelo contrário. As pessoas passam a olhar mais meus trabalhos e isso me faz exigir ainda mais de mim, o que é ótimo
Já comecei tatuando no The Brothers, mas antes disso fiquei um ano só estudando, tatuando meu amigos mais próximos. Depois de um ano de estudo ai sim comecei a tatuar clientes da loja. Fico uma semana no estúdio de Marília e outra em Bauru
GIRO MÁRILIA – Você produz arte em outras áreas, como telas, painéis ou grafite?
ÉRICA FORTE – Hoje meu tempo é 100% dedicado apenas a tattoo. Admiro outros tipos de artes mas penso que a tattoo exige 100% dedicação porque além do estudo da arte também existem as questões de saúde relacionadas ao trabalho com a pele, enfim, haja estudo rsss