Marília

Ação esgota sementes contra Aedes e mostra força do projeto

Ação esgota sementes contra Aedes e mostra força do projeto

Uma ação pioneira para distribuir 500 pacotes de sementes de crotalária, uma planta que atrai predadores do mosquito Aedes aegypit e pode colaborar no controle da dengue, foi um sucesso. Em poucas horas os pacotes foram esgotados, houve até fila pela retirada.

O sucesso deixa na cidade um sinal: o projeto tem força, tem apoio e participação popular, faltam caminhos para chegar às sementes. 

A distribuição foi uma iniciativa da agrônoma Daniela Pedrosa Marega, da Tok Verde Paisagismo, em parceria com a loja Eunice Confecções por Ana Novaes, uma tradicional empresa de moda na cidade.

A agrônoma pesquisou a planta e produtores de sementes por meses, até estabelecer canal de contato com pesquisadores de Jaboticabal, um dos principais centros de pesquisa e formação de técnicos em agropecuária e veterinária no Estado.

Daniela Marega foi pessoalmente buscar as sementes. Equipe da loja montou pequenos pacotes e organizou a distribuição.

“Quando chegamos para abrir a loja já havia uma fila de pessoas esperando as sementes, foi muito acima do que esperávamos”, disse Aletéia Vernaschi, vendedora, que organizou a ação na loja. Muita gente ficou sem sementes. Quem conseguiu elogiou a iniciativa.

Carla Góes, 21, ficou sabendo da distribuição pela divulgação no Giro Marília. Saiu de Padre Nóbrega para pegar as sementes. “Meu irmão, dois primos e um tio tiveram a doença. Meu tio ficou internado”, conta.

Grasielle e Gislaine, amigas e funcionárias da Famema, também foram buscar. As duas tiveram familiares com a doença, além de conhecer funcionários da faculdade e do hospital com histórias semelhantes.

Fátima Vieira, 52, trabalha com alimentação e refeições. Ficou sabendo da distribuição por um cliente e foi pegar. “Vou plantar e se sobrar vou dar a vizinhos ou amigos”, disse.

A PLANTA

A crotalária é uma espécie de praga, que forma plantas altas com belas flores amarelas. Atrai libélulas, que usam a planta para depositar ovos. Assim que nascem, as larvas  comem larvas do Aedes. As libélulas adultas também comem o mosquito transmissor da dengue. Em algumas cidades as sementes da planta já são distribuídas como forma de prevenção.

A planta leva de 90 a 120 dias para crescer. É um projeto em médio e longo prazos. Uma das sugestões é que ela seja plantada em áreas públicas, de vegetação com sinais de abandono para formar uma rede de proteção e eliminação do mosquito.