O previsto foi consumado. Com dez votos contra e três a favor, a Câmara de Marília enviou para o arquivo na noite desta segunda-feira (9) pedido protocolado pelo eleitor Antonio Vieira para instalação de uma Comissão Processante destinada a investigar omissão do prefeito Vinícius Camarinha na prevenção e controle da epidemia de dengue na cidade.
A rejeição foi feita em votação nominal rápida por volta das 19h40. O placar seguiu padrão de votações polêmicas desde o início do mandato. O bloco governista votou fechado com seus dez integrantes, incluindo o presidente da Casa, Herval Rosa Seabra.
A rejeição provocou manifestações do público que acompanhava a sessão e a sessão acabou suspensa após repetidos pedidos de silêncio. Palavras de ordem como “vergonha, vergonha, vergonha” encheram o plenário. A sessão ficou suspensa por 12 minutos.
Antonio Vieira, servidor público estadual do Judiciário, acompanhou a votação. Ele é integrante do grupo Fé e Política e da Marcha pela Cidadania.
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Cumprindo legislação municipal, a denúncia de Vieira para sustentar o pedido de instalação da comissão foi lida na íntegra. Em diferentes pontos, ele acusa a administração municipal de ignorar sinais de crescimento da doença e da infestação do mosquito Aedes aegypti.
Para aprovar a Comissão, o pedido precisaria de dois terços dos votos na Câmara, ou seja, nove dos 13 votos. Ainda que fosse aprovada, a comissão dependeria de um processo em diferentes etapas que poderia consumir até 180 dias.
Antes da votação, o prefeito qualificou o pedido como politicagem inoportuna e lamentou que opositores políticos façam o que considera palanque eleitoral com a epidemia e o sofrimento dos moradores.
A cidade enfrenta a maior epidemia de dengue da história, com quatro mortes oficiais, pelo menos 6771 casos e a avaliação quase unânime de que os números oficiais são falsos e subestimados.
