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Kreo Fidélis, o "one man band", lança novos projetos e busca simplicidade na música

Kreo Fidélis, o “one man band” em novos projetos; você vai ouvir- foto Cássia Silva/Divulgação
Kreo Fidélis, o “one man band” em novos projetos; você vai ouvir- foto Cássia Silva/Divulgação

Você já ouviu a Banda Imaginária? Provavelmente sim e pode até nem saber. São cada vez menores as chances de você morar em Marília sem ouvir Kreo Fidelis,  cabeça deste projeto “one man band” e quase uma unanimidade entre as casas que promovem música ao vivo na cidade. 

Mesmo quem não curte a noite pode  dar de cara com ele, que repetidas vezes aparece em programas de TV nas emissoras locais a cabo. 

Kreo tocou em diferentes bandas e momentos culturais da cidade. A primeira foi NUVEM CIGANA, tempo de idealismo e som autoral.  Por ela esteve com uma das mais influentes e destacadas no cenário do rock de Marília,  a Epybatérios do Phyrgo, “foi minha escola”.

E tocou até com bandas de baile, como a Banda De Lá e a People´s além da Banda Trupé, que acompanhava os shows da dupla Dudu Marques e Marcel, além da Baladeira Donabanda.

Ele está nas redes sociais, está na internet em diferentes links para o público conhecer mais seu trabalho com a Banda Imaginária (https://www.youtube.com/watch?v=hBLS044oZ90) , matar a saudade do Epybatérios (soundcloud.com/kreofidelis/sets/epybaterios-do-phyrgo), ou as várias informações em duas páginas com trabalhos em seu canal no youtube e página no soundclud.

Banda Imaginária é o projeto mais recente do músico, que já fez história e histórias com bandas, solos,  gravações autorais e covers cada vez mais reconhecidos. Em seus novos projetos, em uma explícita cumplicidade com a mulher, Cássia Silva, presente em todos os shows e fotógtrafa oficial, anuncia: vem aí um grande projeto em uma fase em que ele busca achar na simplicidade o que buscou a carreira toda: viver de música com muito prazer em criar e tocar. Conheça mais sobre Kreo Fidelis.

GIRO MARÍLIA – Quando você começou a tocar? 

KREO FIDÉLIS – Nossa!  Faz muito tempo, rsrs…. Sou um sagitariano com 43 anos mas me lembro quando pequenino sempre batucar ou fingir estar tocando algum instrumento. Meus pais e irmãs tocavam. Aliás,  minha família é muito musical. Mas foi aos sete anos que senti que a coisa era “séria”. E de lá pra cá, nunca mais parei. A música sempre esteve presente ma minha vida. Desde muito pequeno, ouvia minha mãe cantando  para mim e meu pai  tocando instrumentos de cordas. Foi natural o desenvolver do amor pela música.

GIRO MARÍLIA – Você estudou música e instrumentos ou é prática e dia a dia?

KREO FIDÉLIS – A princípio eu aprendi tudo sozinho.  Olhava minhas irmãs tocando e depois escondido pegava o violão e tentava “copiar” ao meu modo. Depois o interesse começou a aumentar e passei a recorrer  aos professores. 

GIRO MARÍLIA – Quando você percebeu que poderia viver de música? 

KREO FIDÉLIS – Sempre  achei que viveria com isso, mas foi exatamente em 1986 que ingressei na Banda Marcial do SENAC. Foi quando mantive contato com muitos instrumentos e percebi  que com  a música poderia viajar por todo o Brasil. Assim, conheci muitas cidades,  fiz muitos amigos e criei laços fortes  e profundos com a música. Aí foi fácil seguir meu caminho.

Cássia Silva/Divulgação

Músico Kreo Fidélis encara novos desafios e busca “simplicidade” em projetos

GIRO MARÍLIA – Como a família reagiu? 

KREO FIDÉLIS – A família me apoia até hoje. Claro que não é uma profissão fácil. Toda família se preocupa com meus altos e baixos, pois a minha vida é assim. Na verdade, penso que a vida de todo profissional é difícil, mas no caso  do músico, que trabalha com as alegrias do povo, torna-se uma profissão mais sutil. Se o povo não está feliz, não tem música. É uma profissão sensível aos sentimentos da população. 

GIRO MARÍLIA – Quando sentiu que o lance seria a carreira solo?

KREO FIDÉLIS –  A “carreira solo” sempre existiu. Participei de muitas bandas mas nos intervalos entre uma banda e outra,  sempre pintava uma necessidade de expor o meu lado mais acústico, e  sempre estive atuante nessa questão. Hoje tenho um projeto que chamo de  A BANDA IMAGINÁRIA,  que é a união de tudo que eu fiz em termos musicais, mas com apenas um homem  ou o “one man band”.

GIRO MARÍLIA – E a criação própria? 

KREO FIDÉLIS – Desde a banda Nuvem Cigana, eu faço as minhas composições. Só que com o passar dos anos  havia a necessidade da sobrevivência e tive que ir me adaptando aos caprichos da mídia. Era isso ou desistir de tudo e ir fazer qualquer outra coisa, o que eu não queria também. 

Como qualquer músico, almejo gravar meu trabalho autoral,   mas nesse atual cenário musical, considerando o meu estilo de composição, acabo ficando fora dos padrões que a mídia determinou ser sucesso. Mas tenho muitas músicas gravadas   apenas para o registro e espero que um dia elas possam ser do conhecimento do grande público.

GIRO MARÍLIA – O que falta para engatilhar carreira assim? 

KREO FIDELIS – Acima de tudo  falta o investimento!  Investimento financeiro na minha pessoa, claro rs. Mas também falta investimento em cultura e educação. É provável que ainda nasça um Chico Buarque ou um Tom Jobim, mas do jeito que estamos, totalmente voltados para uma música de consumo fácil, vai nascer e morrer na ociosidade.

Para o tipo de trabalho que desenvolvo, se faz necessário que as pessoas reflitam sobre seus sentimentos e valores e não apenas  que queiram  uma música para curtir mais uma noite de balada. Isso demanda educação. 

GIRO MARÍLIA – Quais os principais shows em que você participou? 

KREO FIDÉLIS – Para mim os principais shows são os últimos que fiz. Afinal,  todos se tornam especiais… Muitas vezes o músico é solitário no processo de produção, ensaios, dedicação, pesquisa de repertório/timbres/sonoridades e o reconhecimento disso tudo vem no que será o próximo show. 

Se o público corresponde com um simples gesto como um aplauso, um bilhetinho tímido com dizeres simples, mas fortes,  já me basta.  Então cada show se torna um evento único como filhos e você tem um jeito único de amar cada um. Aí  fica difícil rsrs, mas posso dizer que tocar no Ginásio do Ibirapuera com a minha primeira banda num festival do Colégio Objetivo (FICO), foi um momento mágico.

GIRO MARÍLIA – O que faltou? 

KREO FIDÉLIS – A pureza das coisas simples.  À medida que fui crescendo musicalmente fui perdendo a espontaneidade. A vida me obrigou a ir por outros caminhos, o que me distanciou da minha essência musical. Aquele sonho de menino ficou perdido. Hoje,  homem maduro e músico reconhecido, volto a buscar essa magia da inocência, porque acho que é o que mais falta ao mundo:  a simplicidade. Faltou espaço para a boa música, para as composições mais elaboradas. Faltou sorte, talvez. Sobrou sonho…

GIRO MARÍLIA – O que ainda espera fazer? 

KREO FIDÉLIS – Espero viver de bem com a minha profissão. Tanto como músico quanto como educador musical. Trabalhar com o que se gosta não tem preço. Atualmente estou com alguns trabalhos como Projeto S.A.M.B.A. (resgate dos clássicos do samba e da MPB com Luís Henrique Neguinho e Daniel Bezerra), Na Brazza (musica pop brasileira com Marcelo Liuzz), DESPLUGADOS (hard pop acústico com Vanessa Dantas) ,  Kreo Fidélis Trio ( com Josmar Bernardo e Rogério Guelf),  a BANDA IMAGINÁRIA (com os meus parceiros JOHNNY INVISIVEL no Baixo e TRANSPARENTE na bateria rs), além é claro de apresentações solo. 

E  tá pintando mais um grande projeto que vocês irão conhecer em breve.

Cássia SIlva – Divulgação

“Espero viver de bem com minha proifissão” – Kreo Fidélis

GIRO MARÍLIA – Que som toca no seu carro?

KREO FIDÉLIS – No meu carro rola de TUDO. Você vai me pegar ouvindo músicas infantis a rock pesado. Samba à musica clássica (sim sou um dos poucos que ouve no volume 10 rs). Tudo depende do que está se passando comigo no momento que estou no meu carrinho.