Testemunhas na sala de espera e no atendimento e um relato sobre superlotação de Pronto Socorro provocada por uma epidemia com números ofíciais mentirosos, demora e desinformação mostram o caos na saúde de Marília como pano de fundo na morte do músico Cristovam Ruiz, 33, casado, na quinta-feira. E foram transformados em um alerta que é verdadeira denúncia de descontrole, suspeitas e problemas que precisam ser investigdos.
O relato feito pela pequena empresária Maria Antonia Antonelle foi publicado em sua página no facebook. Rendeu pelo menos 1.130 curtidas e foi compartilhado por 900 pessoas.
É uma carta sobre sofrimento pessoal de quem foi ao hospital com a mãe e irmã, todas com dengue, e presenciou a dificuldade para sua família e para Cristovam.
É também um alerta cada vez mais forte sobre a suspeita de que as informações da epidemia são manipuladas nos hospitais, suspeita criada desde que todos foram chamados a uma reunião a portas fechadas com o prefeito Vinícius Camarinha e os números oficiais da doença despencaram enquanto a epidemia explodia.
A suspeita é ainda mais grave e forte em relação ao número de mortes. Enquanto informações de famílias e atestados de óbitos já indicaram quase 20 casos, a prefeitura admite seis e mantém oito como casos “em investigação” há praticamente um mês.
Cristovam Ruiz morreu na Santa Casa de Marília poucas horas depois de dar entrada no Pronto Socorro. Não chegou nem a ser internado. Não deu tempo. Segundo a história de Maria Antonelle, ele passou uma hora esperando procedimentos enquanto seu quadro clínico se agravou. Confira o relato na íntegra:
“Amigos do face, o que estou postando é muito triste. Cade a Saúde de SP, onde esta o Sr. Alckimin que foi reeleito no primeiro turno, pelos tão letrados cidadãos do Estado de SP???
Hoje eu fui para Santa Casa de Marilia, SP, com minha mãe, irmã e minha filha, todas com dengue. O PA estava um caos. Na triagem, feita sei lá por que tipo de profissonal, alguns ganham pulseira azul, verde, amarelo e vermelho, De acordo com a gravidade que o atendente julga. Minha mãe recebeu pulseira amarelo, tanto como um rapaz jovem, mas em profundo sofrimento, com aspecto horrível…
Após 01 hora de espera, eles foram encaminhados a uma uma sala cheia, destinada aos caso de cor amarelo. Mais uma hora de espera, muitas pessoas grave de cor vermelho outras nem tanto foram sendo atendidas na nossa frente. Esse moço só foi piorando, quando a esposa em desespero conseguiu atendimento. Foi ele encaminhado para receber o soro, pois para todos os médicos todos estão com dengue. Nesse momento minha mãe também foi para a mesma sala receber o tal soro. O rapaz começou a ficar roxo, já não falava nem respirava mais. Só então dois enfermeiros o levaram para a sala ao lado e poucos minutos após foi para emergência e veio a falecer. Que Deus cuide da sua alma, da sua família, dos seus amigos. Ele se foi aos 33 anos, sem ter recebido nenhum atendimento. Era dengue??? Estava ele infartando??? Foi uma das piores cenas que vi na minha vida.
Incompetência dos médicos, NÃO!! EXCESSO DE TRABALHO??? SIM. PANDEMIA DE DENGUE???? SIM
ESPERO QUE O MINISTERIO PÚBLICO FAÇA ALGO PELOS HABITANTES DE MARÍLIA.
Os dados estão sendo maquiados: Minha família toda com dengue, com resultado negativo na Santa Casa. Só o laboratório PAGO confirma…MÁFIA DA SAÚDE????
Então pessoal, a população toda ou teve ou tera dengue, e o nosso prefeito escondendo isso. E a SAÚDE compactuando!!!
Vamos as ruas por nossa sobrevivência, ou vamos nos mudar daqui???”