A comemoração do dia de São Jorge nesta quinta (23) vale feriado estadual no Rio de Janeiro, festa em diferentes escolas de samba, clubes de futebol – incluindo os de maior torcida, Flamengo e Corinthians – e diferentes manifestações para o santo que é um dos mais envolvidos no sincretismo religioso do país, reconhecido no candomblé e umbanda como Ogum.
Soldado romano que teria sido morto no dia 23 de abril de 30, é venerado como mártir cristão. É imortalizado na lenda em que mata o dragão. São Jorge é o santo padroeiro em diversas partes do mundo como Inglaterra, Portugal (santo secundário), Geórgia, Catalunha, Lituânia, Sérvia, Montenegro e Etiópia, além de cidades como Londres, Barcelona e Génova.
Apesar de sua história se basear em documentos lendários e apócrifos, a devoção a São Jorge se espalhou por todo o mundo.Segundo as lendas, Jorge nasceu na antiga Capadócia, hoje centro de atração de turistas na República da Turquia. Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas. Logo foi promovido a capitão do exército romano.
Em 302, Diocleciano mandou prender todo soldado romano cristão. Jorge foi ao encontro do imperador e declarou-se cristão. O imperador tentou dissuadi-lo oferecendo-lhe terras, dinheiro e escravos. Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, teria sido torturado e seu martírio acabou popularizado. Acabaria morto em 23 de abril de 303.
A influência de São Jorge na cultura portuguesa acompanhou a fundação do Brasil pelos portugueses. É o padroeiro extraoficial do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído a São Sebastião) e da cidade de São Jorge dos Ilhéus, além de ser padroeiro dos escoteiros, e da Cavalaria do Exército Brasileiro.
Além da imagem de matador do dragão e morador da lua, a devoção ao santo populariza cada vez mais uma famosa oração feita em sua homenagem, que no Brasil é citada inclusive em canções de artistas populares como Jorge Benjor e Zeca Pagodinho:
“Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar”