O vapor apitou na curva do rio. Esta frase contida no romance Porto Calendário, de Osório Alves de Castro, publicado em 1961, testemunha o sinal da chegada também das novidades. No início do século XX as cidades ribeirinhas dos afluentes do rio São Francisco, como o Corrente, no sudoeste da Bahia, tinham na circulação das embarcações o meio de contato e de participação na vida nacional. A chegada do barco a vapor traria também informações, pessoas, mercadorias e o dinheiro que transitavam pela a região, então acessível somente pelo leito dos rios. A força dos motores assegurava maior velocidade, capacidade de carga, de passageiros e de deslocamento. Significava maior rapidez nos lucros e agilidade nos negócios. Passados mais de cem anos a infraestrutura em transporte e comunicações propicia um novo cenário social e econômico no interior do Brasil. As estruturas da vida cotidiana acompanharam essas mudanças?
Um Brasil rural e atual
A singularidade histórica e cultural da Região Correntina tem sido captada e difundida em diferentes formas de expressão artística e social. Nas letras e nas artes, no pensamento político, nas ciências humanas e no cinema despontam personagens, fatos e experiências individuais e coletivas únicos. Jairo Rodrigues da Silva nas artes plásticas, Avelino Fernandes de Miranda na sociologia e Leandro Caetano no cinema são protagonistas contemporâneos e artífices deste dar a conhecer-se que observamos pelo vale do rio Corrente afora. É um pedaço do Brasil, uma vez mais, revelado ao mundo. Não surge na pata dos bois ou na estética country norte-americana, de gosto sempre duvidoso. É vida de gente sofrida mas consciente de seu destino, cheia de autoestima e de confiança no futuro. A sua expressão cultural o atesta no passado e confirma no presente.
Confira mais informações nos links abaixo:
Documentário: Corrente das águas: o vale en-Cerrado
Documentário:Carrancas do Corrente
Livro: A época de ouro do Corrente: tempos (re)construídos, de Avelino Fernandes de Miranda. Goiânia: Universidade Católica de Goiás, 2002.
Desenvolvimento rural sustentável