Suspeitas de rejeição, que poderiam provocar até cirurgia para retirar de parte do intestino transplantado, são a nova preocupação e mais uma batalha do menino Pedro Baragão, o Pedrinho, que segue internado nos Estados Unidos.
Símbolo de uma luta pela vida e de união de colaboradores de todo o país, o menino, de um ano e oito meses de vida, está em recuperação depois de ser submetido a uma complexa cirurgia para transplante. Um procedimento tão delicado que poucos centros médicos fazem, nenhum no Brasil.
A suspeita de rejeição e possibilidade de retirada do órgão transplantado surgiu há duas semanas. Neste período, Pedrinho, que está acompanhado no hospital pela mãe, Aline, enfrentou exames, intervenções com medicamentos, momentos de febre, secreções que precisam ser aspiradas e outras dificuldades.
Há três dias os médicos chegaram agendar cirurgia para retirada parcial. Mas Pedrinho passou a mostrar reação, a cirurgia foi suspensa e o tratamento intensificado.
Ontem uma biópsia descartou rejeição em parte do órgão, o que foi comemorado. O pai de Pedrinho, Roger Baragão, e avós foram aos Estados Unidos para acompanhar o momento.
“Sua vida é um milagre. Sua jornada é um milagre”, disse a mãe de Pedrinho em uma das postagens na página mantida pela família no instagram.
PARA ENTENDER
Pedrinho está nos Estados Unidos desde o começo do ano beneficiado por uma das maiores campanhas comunitárias já realizadas no país. Ele nasceu dia 22 de agosto de 2013 na maternidade Pro Matre em São Paulo, com 36 semanas e um dia, considerado prematuro tardio.
Com cinco dias de vida, Pedrinho passou por sua primeira cirurgia, uma laparotomia, onde foi diagnosticada a síndrome do intestino curto. O intestino delgado estava necrosado e teve que ser extraído quase que sua totalidade. Aos quatro meses nova cirurgia para alongar o que sobrou. Pedrinho passou 169 dias na UTI Neonatal da Pro Matre.
Em 2014 foi definida a necessidade do transplante, acompanhada pela descoberta de que a cirurgia só poderia ser feita nos Estados Unidos e o processo de tratamento poderia levar até oito meses. Foi quando a família iniciou a campanha de arrecadação e suporte para financiar o tratamento, que ganhou forte impacto na mídia nacional e em Marília, onde Pedrinho tem parentes.