Saúde

CAOS NO HC - Médicos param radioterapia após calote provocado por cortes do Estado

CAOS NO HC - Médicos param radioterapia após calote provocado por cortes do Estado

Equipe terceirizada de médicos que prestam serviços de radioterapia para o Hospital das Clínicas de Marília paralisaram nesta sexta-feira o atendimento. Sem aviso prévio aos pacientes, deixaram na fila pessoas que foram em busca do atendimento.

Os médicos, que fornecem pessoal e equipamentos para o serviço, estariam há oito meses sem receber pagamentos. O problema é o mesmo que já provocou a perda de atendimento por uma equipe de anestesiologistas e cancelamento de cirurgias eletivas.

Segundo a assessoria de comunicação, o hospital mantém equipe própria para o serviço mas terá de fazer reorganização de agenda. A equipe é insuficiente para a demanda e isso deve representar atrasos e demora nos exames, com clara situação de desconforto e sofrimento para pacientes.

Não há informações sobre valor da dívida com estes médicos nem número de pacientes que deixaram de ser atendidos. Também não há previsão de quanto tempo de atraso os exames já agendados enquanto atendimento for feito apenas pela equipe própria do HC.

A crise dos pagamentos é provocada pelo corte nos repasses de 25% de verbas enviadas pela Secretaria Estadual da Saúde. Apesar de todo o prejuízo para doentes e para atendimento, a diretoria do hospital não entra em conflito com o governo do Estado por causa do processo de transformação do HC em uma autarquia estadual.

O governador passará a ser responsável pela nomeação da diretoria além de definir orçamento anual do hospital. A medida é vista no HC como a salvação ou pelo menos como forma de amenizar a crise financeira.

Os cortes de verbas pela Saúde estadual já provocaram outros transtornos como perda de pediatras, redução de horários no Hemocentro, restrição no atendimento do pronto socorro, além dos cortes em atividades para estudantes de medicina e enfermagem.

O complexo Famema chegou a um déficit aproximado de R$ 8 milhões neste mês, com a perda de mais uma parcela de recursos aguardada pela diretoria. Embora os atrasos de pagamento venham desde o ano passado, a perda da verba a partir de janeiro agravou o quadro e provocou deterioração dos serviços.

Segundo a assessoria de comunicação, a diretoria priorizou pagamento de salários e direitos trabalhistas aos empregados do Complexo, que serão também absorvidos pela autarquia estadual HC Famema.