Futebol

Del Nero abandona eleição na Fifa e volta ao Brasil

Del Nero e Marin durante evento na CBF
Del Nero e Marin durante evento na CBF

Pouco mais de 24h depois de explodir escândalo de corrupção na Fifa e um dia antes da eleição para comando da entidade, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Marco Polo del Nero, deixou Zurique, na Suíça, onde acontece a votação, e retornou ao Brasil. 

De acordo com a chefe do departamento de comunicação da entidade, Delia Fischer, o dirigente informou a Fifa da viagem. Não foram divulgadas, por enquanto, as razões da saída do dirigente, membro do Comitê Executivo.

A CBF tem direito a um voto na eleição. Del Nero, que integra o Comitê Executivo da Fifa, não poderia votar, mas deve indicar representante da entidade. Perlo menos dois digirentes de federações estaduais seguem em Zurique: André Pitta, de Goiás, e Mauro Carmélio, do Ceará.  Presidente da Fifa desde 1998, Joseph Blatter busca a reeleição nesta sexta-feira. Seu único rival na disputa é o príncipe da Jordânia, Ali bin al-Hussein.

Mas a eleição acabou engolida pelo escândalo de corrupção que provocou a prisão de pelo menos sete dirigentes, incluindo o atual vice-presidente da CBF, José Maria Marin, ex-presidente da entidade.

A CBF anunciou o afastamento de Marin e tirou seu nome da fachada do prédio da entidade (saiba mais AQUI). O escândalo também deve provocar a instalação de um CPI no Senado para investigar a entidade. A comissão, proposta pelo senador Romário Faria, ex-jogador e campeão mundial, já tem número de assinaturas e deve ser instalada nesta sexta.

Outro ex-jogador a se manifestar foi presidente da União das Federações Europeias de Futebol, Michel Platini. Ele pediu a demissão do presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter. Platini afirmou ter ficado “enojado e desiludido” com as suspeitas de corrupção que envolvem alguns dos principais dirigentes da Fifa.

ENTENDA O CASO

Ontem (27), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes da Fifa e cinco empresários, parceiros comerciais da Fifa, por corrupção. Sete dos indiciados foram presos em Zurique, entre eles o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin.

Também estão entre os acusados de participar do esquema que, segundo as autoridades dos Estados Unidos, movimentou cerca de US$ 151 milhões de dólares, dois vice-presidentes da Fifa – o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, que também preside a Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf) – além do paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol) ; o costarriquenho Eduardo Li, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Cayman e Jack Warner, de Trinidad e Tobago.

Empresários de marketing esportivo e marcas ligadas a confederações também teriam participado em esquemas de pagamento de propina. Um deles, o brasileiro José Hawilla, mais conhecido como JHawilla, já fez acordo com a Justiça americana e aceitou pagar multa de aproximadamente US$ 150 milhões.