Tamanduás

Não sei de onde venho
nem para onde vou.
Vasculho o subconsciente
sem achar resposta.
Os caminhos são vários:
dispersos, me confundem;
as encruzilhadas tantas
que se entrelaçam como meus cabelos
revoltos ao vento da noite.
Não há escolha a decidir rumos
sob um céu sem estrelas.

Caminhar sobre cinzas

queima meus pés titubiantes.
Temerário é ficar em  meio à treva
que envolve meu corpo sem perspectiva.
Sou prisioneiro na conjunção das linhas
que me cercam>
Estou formiga mutilada, sem antenas
entre milhões de sua tribo
em fuga ante famélicops invasores…

11 de junho de 2004