A Prefeitura de Marília anunciou nesta quarta-feira que vai descontar na folha de junho – a ser paga em julho – todos os dias parados dos servidores municipais em greve. O pagamento de maio foi feito sem os descontos. O anúncio, além de uma justificativa para a medida, é mais um ato de pressão contra os grevistas.
A prefeitura já adotou outros como divulgar exemplos de salários, anunciar vantagens exclusivas para professores e lançar uma campanha de corte de gastos justificado pela necessidade de pagar 4,5% de reajuste aos trabalhadores. A categoria pede reajuste de 8,4% para repor inflação.
Segundo nota distribuída pela administração, a paralisação chega a 21 dias e o desconto vai atingir também benefícios como licença prêmio, progressão por mérito, anuênio, férias e estágio probatório.
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“O desconto na folha só será realizado na remuneração de junho, pois sempre ocorre com um mês de atraso. Portanto, será comprovado pelos grevistas no pagamento a ser liberado no quinto dia útil de julho”, diz a nota.
O texto lembra ainda que o sindicato tentou antecipar uma decisão judicial e pediu liminar para evitar os descontos. A liminar foi negada em Marília e ainda deve ser discutida pelo Tribunal de Justiça, em São Paulo. Caso os servidores vençam no TJ, a ameaça da prefeitura perde sentido e o pagamento será feito.
O anúncio dos cortes acontece em momento delicado em que os servidores ganham apoio de lideranças políticas, como o prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho, que chegou a colocar adesivo da greve na camisa, e até o deputado estadual Abelardo Camarinha, que já fez dois pronunciamentos em defesa de acordo com os trabalhadores: um em encontro com servidores e outro na manhã desta quarta em entrevista à rádio 950 AM.
