Uma campanha da Santa Casa de Marília colocou equipe multiprofissional e integrantes do Corpo de Bombeiros nas ruas para divulgar informações de prevenção de queimaduras, problema que provocou quase cem atendimentos de internação no hospital em pouco mais de 12 meses.
O foco é difundir informações para eliminar riscos domésticos e situações que poderiam ser facilmente controladas. “Queimadura é um problema diferente de outros casos de doença em que a pessoa faz tratamento e cura. A queimadura fica por longo prazo, muitas vezes para sempre”, explica a enfermeira Mey Lanza Chaves, responsável pela UTQ (Unidade de Tratamento de Queimados) do hospital.
A campanha distribuições revistas em quadrinhos da turma da Mônica, produzida pelo desenhista e criador dos personagens, Maurício de Souza, especialmente para a prevenção.
A Santa Casa mantém oito leitos na UTQ e mais dois na UTI normal para atendimento a casos mais graves de 62 municípios da região. Dos dez leitos, quatro são destinados a crianças.
Nos próximos dias o hospital deve instalar também serviço de ambulatório para atendimento aos pacientes que deixam estes leitos mas precisam de acompanhamentos. Sem dotação de verbas do SUS, a Santa Casa não consegue manter ambulatório permanente de entrada de pacientes
“A prevenção é a base de tudo.Em pouco mais de 12 meses tivemos 14 crianças com menos de um ano internadas. É um absurdo que uma criança menor de um ano seja internada por queimaduras”, explica o provedor do hospital, Milton Tédde.
O dirigente explica que alem da complexidade de atendimento e do alto índice de lesões permanentes, o atendimento a queimados e um serviço de altíssimo custo, que exige tratamentos e curativos especiais, trabalho de diferentes profissionais e tratamentos de longo prazo. Quase 100% do atendimento é de pacientes com entrada pelo SUS.
E como envolve o SUS também está sujeito a diferentes dificuldades de repasses, pagamentos e criação de serviços ou abertura de leitos, a ponto de produzir absurdos, como caso de mãe e filho queimados juntos. Por falta de leitos, a criança ficou em Marília e a mãe foi enviada a Bauru.
A revista distribuída pela campanha lista situações de risco, especialmente com crianças próximas a fogões e rede elétrica, mas aponta outros problemas comuns: proximidade ou acesso a eletrodomésticos como ferro de passar roupas, acesso a produtos químicos que provocam queimaduras na pele ou a velas e outras formas de fogo.