A crise instalada no Complexo Famema desde que o governo do Estado cortou em 25% o repasse de verbas para atendimento médico já tem novo efeito colateral: um golpe aplicado por bandido que usa a situação para tomar dinheiro das famílias de pacientes.
O golpe acontece há alguns dias e foi descoberto hoje depois de muitos contatos com o hospital e de o picareta tentar prejudicar a família de um policial. O golpe encana famílias e médicos.
A Famema e a Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), que regula o uso de vagas nos hospitais, distribuíram nota na noite desta sexta para alertar a população.
A fraude começa com telefonemas a médicos e funcionários do hospital. Identificados como especialistas da Cross, os golpistas conseguem dados de pacientes.
Depois ligam para as famílias e dizem que devido à crise do hospital precisam de pagamentos extras para garantir ou permitir atendimento adequado. Os familiares relatam ter recebido ligações do “Dr Marcelo”.
A maioria dos serviços da Famema atende pacientes pelo SUS, não há cobrança terceirizada. Ainda assim, com medo de prejuízos aos pacientes, algumas famílias teriam feito pagamentos.
O policial que recebeu um dos telefonemas suspeitou e pediu as informações para depósito. Recebeu dados de uma conta em agência bancária do Mato Grosso. A Famema já adotou medidas legais para pedir controle dos golpes e identificação dos picaretas.
Confira a íntegra do comunicado distribuído pela Cross:
“A CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) faz um alerta para golpes que vêm sendo aplicados em seu nome para obter junto a hospitais informações de pacientes internados.
O golpe funciona da seguinte maneira: indivíduos que se passam por funcionários da CROSS telefonam para médicos de UTIs informando que estão realizando censo de pacientes internados, solicitando, assim, dados pessoais desses pacientes como nome, idade, endereço, telefone e diagnóstico.
Com essas informações, os golpistas entram em contato com as famílias pedindo que façam depósitos em contas, alegando que os valores serão usados no tratamento dos pacientes.”