Uma comissão da Câmara dos Deputados acaba de aprovar a redução da maioridade penal para 16 anos de idade. Fato que aprimora o Estado Penal no país, com largos traços de fascismo e de ampla prejudicialidade aos direitos fundamentais – a começar pela dignidade da pessoa humana. 

Pois bem, o fascismo no Brasil de 2015 traz verbos fortes e ávidos de ação repressiva, com características específicas de uma agenda política não-essencial, dominada por temas aparentes e apenas conseqüentes. Isto é: 

1.    Partidariza as relações políticas sem, contudo, analisar os grupos de poder;
2.    Transforma o debate público em ódio racial/social;
3.    Reinventa o lema da Democracia Racial (Gilberto Freyre) como forma impositiva do Pensamento Único;
4.    Investe milhões em debates sectários e salvacionistas pela Fé e pela reza: anulando-se os princípios básicos do Estado Laico;
5.    Impõe a força no lugar da razão;
6.    Bate panelas cívicas (ou cínicas) contra o poder central, mas dorme e acorda abraçado ao poder local (muitas vezes mais perverso);
7.    Decreta o impeachment da Presidenta Dilma (PT); 
8.    Extermina o “petismo” da política brasileira (entenda-se: “mandar os pobres de volta ao lugar da pobreza”);
9.    Anula o Princípio do Contraditório: ou você é “petralha” ou é “coxinha” ; 
10.    Clama e permite uma intervenção militar a propósito da oposição (eufemismo para Golpe de Estado com ditadura militar) – ou, ao contrário, decreta o Estado de Sítio (a serviço da situação); 
11.    Enjaula os inimigos públicos; 
12.    Privatiza a Petrobrás (e todas as principais estatais); 
13.    Permite o controle da economia nacional pelo capital internacional; 
14.    Proíbe novelas com beijo gay (estimula a homofobia); 
15.    Adota simplismos jurídicos/judiciais como se fôssemos grandes sábios do direito (conhece-se o direito à propriedade e olha lá);
16.    Prega aceleradamente e como celerados (sicários da razão) a lei de talião;
17.    Substitui a vingança privada pela vingança pública: o importante é amarrar o sujeito no poste, como exemplo, e vangloriar-se desbragadamente na TV; 
18.    Criminaliza as relações sociais (mais tipos na fábrica do Direito Penal: redução da maioridade penal); 
19.    Cria incessantemente “novos” crimes hediondos (quem sabe com a pena de morte);
20.    Legaliza a castração química (ou de fato) dos criminosos sexuais; 
21.    Ultrapassa, em poucos anos, a barreira de um milhão de presos; 
22.    Privatiza os presídios; 
23.    Treina a polícia com técnicas altamente sofisticadas (Comandos e Forças Especiais) para um combate de guerra civil; 
24.    Forma agrupamentos evangélicos paramilitares.
25.    Estimula ou pratica estupros de universitárias e se vestem como a K.K.K em trotes de humilhação e bebida forçada (e que já resultou em várias mortes).

Encontrando-se com qualquer tipo humano que leve essas bravatas a sério, refugie-se, porque pode acabar agredido fisicamente. A ofensa moral é inevitável. E foi isto que ocorreu com um professor da UNESP/Marília quando, acompanhado de sua filha de 12 anos, na Unimar, foi dialogar com um ser (a)político que pregava a ditadura militar, a repressão prisional ao menor infrator e outras que tais. Este ser (a)político disse-lhe, com os punhos cerrados (no pior estilo Anderson Silva boletado): “se não fosse pela sua filha, quebraria sua cara toda!”.

Não precisa dizer mais nada sobre o caráter dos fascistas. Apenas isso:

“Combata o fascismo, não debata com fascistas”