Sem serviços públicos de abrigo e atendimento a animais, a cidade pode perder um dos maiores canis privados. O Garra (Grupo de Apoio, Resgate e Reabilitação Animal) de Marília, uma organização não-governamental que mantém aproximadamente 60 animais em uma chácara já recebeu notificação para mudança do espaço e está em risco de interdição.
A chácara ocupada pelo abrigo fica a poucos metros da cabeceira da represa Cascata, na zona leste da cidade, responsável por abastecimento de diversos bairros.
A divulgação do caso nas redes sociais criou uma onda de apoio e queixas contra a atuação do serviço público. A ONG divulgou reprodução de pedido do vereador José Menezes para investigação do abrigo.
O risco de contaminação apontado pela notificação seria agravado pela falta de estrutura de coleta de dejetos. A chácara possui apenas uma fosse séptica para dejetos e precisaria ter pelo menos mais uma.
A ONG recolhe animais em situações de abandono e maus tratos em Marília. Promove campanhas de castração e destinação a lares de voluntários em sistema de doações.
“Em primeiro lugar, quem acompanha nosso trabalho, sabe o quão criteriosas somos. Recolhemos todos os dejetos sólidos e lavamos as baias todos os dias. Fomos informadas da existência de apenas uma fossa e estávamos dispostas a tirar dinheiro de onde não temos para fazer a outra. De forma alguma iríamos querer ajudar animais e prejudicar o meio ambiente. Isso seria muito contraditório”, diz mensagem divulgada pela ONG.
A Garra tenta conseguir prazo para adequação ou definição de mudança de endereço. Em curto prazo precisa conseguir outra chácara, montar as baias e transferir os 60 animais. Ainda segundo a mensagem, a ONG argumenta que ao lado da chácara e da represa há criação de gado e haveria risco de contaminação provocado pelos cães.
“Não sabemos quem poderia querer prejudicar os 60 cães que temos lá atualmente. Sinceramente, uma pessoa que age dessa forma ou que comemora ter obtido sucesso em seu intento não tem um pingo de amor por animais. Se tivessem nos avisado do problema, certamente teríamos buscado resolver”, diz a mensagem.
A ONG iniciou uma campanha junto a voluntários para encontrar uma chácara ou espaço para os cães com urgência. Não há informações sobre o prazo antes de lacração do abrigo.