Fonoaudiólogos que atuam para salvar vidas. É assim que a Santa Casa integrou a função ao trabalho multidisciplinar, especialmente nos atendimentos de UTI e UTQ. Os profissionais trabalham com o controle de disfagias, as alterações na deglutição que podem levar a desnutrição, pneumonia aspirativa e até mortes.
O trabalho de fonoaudiólogos nas UTIs e UTQs acompanha evolução da biotecnologia e atendimento de alta complexidade, que permite identificar e atender com quadros clínicos cada vez mais delicados.
A chegada destes especialistas aos hospitais do Brasil é relativamente recente. A Santa Casa de Marília conta com o serviço desde 2009 e a demanda é crescente para atendimento nas alas de internação, UTIs Pediátrica e Neonatal, Adulto, Recuperação Cardiológica e UTQ (Unidade de Terapia de Queimados).
A fonoaudióloga Luciana Flosi atua na instituição desde a implantação. Ela explica que as disfagias são comuns na prematuridade, em bebês com síndromes ou cardiopatias. Também pode ocorrer em adultos que passam por grandes cirurgias e em idosos com doenças crônicas ou acamados.
“O diferencial da Santa Casa é que trabalhamos em equipe, com envolvimento de médicos, enfermeiros e auxiliares, nutricionista, terapeuta ocupacional, psicólogos, entre outros profissionais. Nesse processo, o envolvimento da família é fundamental”, considera.
Em atendimento individualizado ao paciente e através de treinamento e orientações aos funcionários e familiares, as fonoaudiólogas Luciana Flosi, Aline Rodrigues e Cláudia Ferreira Soares conscientizam sobre a dinâmica da deglutição, sua relação com o sistema respiratório e os fatores de sucesso terapêutico ou de perigo, em cada situação.
A consulta fonoaudiológica tornou-se fundamental porque acrescenta na prescrição da dieta o olhar técnico que indica de modo pontual a segurança da dieta oral em diferentes consistências.
“Hoje, na Recuperação Cardiológica, por exemplo, onde temos pessoas que passaram por cirurgia ou procedimentos de hemodinâmica, a avaliação fonoaudiológica é realizada em todos”, afirma.
HUMANIZAÇÃO
Como iniciativa própria para o desenvolvimento institucional, prevista no Planejamento Estratégico, bem como para atender às diretrizes propostas pela Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde e metas definidas pela CROSS (Central de Regulação de Serviços de Saúde) para os hospitais SUStentáveis, a Santa Casa de Marília desenvolve o Programa de Humanização Hospitalar. Uma das ações foi a adoção da visita ampliada, que teve início no dia 30 de março.
Pacientes das unidades de internação já podem receber visitas diariamente, das 13 às 21 horas. “Os familiares ou acompanhantes ficam mais tempo no hospital e isso gera uma oportunidade para uma capacitação, visando os cuidados domiciliares após a alta médica”, explica Luciana.
A família, que no passado poderia ser compreendida como fator de estresse ou situações adversas, em alguns ambientes hospitalares, é agora uma aliada.
“Esse acompanhante também é parte da equipe multidisciplinar. Ele nos ajuda a conhecer a pessoa que está internada e, como todos nós, que trabalhamos com a saúde, também precisa aprender a ouvir o paciente. Como profissionais, temos as técnicas e os protocolos, mas a melhor forma de nos orientar quando estamos em atendimento é dando atenção ao paciente”, afirma a fonoaudióloga.