“O Diretório Acadêmico Christiano Altenfelder, órgão representativo máximo dos estudantes de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), vem por meio desta se pronunciar sobre os eventos do dia 8 de julho.
Nessa quarta-feira, a Polícia Federal e o Ministério Público cumpriram ordens de busca e apreensão nas dependências da FAMEMA, bem como nas residências particulares dos diretores da instituição e em suas clínicas. As acusações são amplas e preocupantes, indo desde peculato até formação de quadrilha. Os responsáveis pela investigação citam o superfaturamento de licitações e a realização de plantões fantasmas como alguns exemplos dos crimes de corrupção realizados dentro de nosso hospital.
O DACA, desde 2009 vem realizando investigações independentes nas contas da faculdade, ocupando cargos dentro da curadoria e na congregação da instituição. Desde então produzimos CENTENAS de denúncias – muitas delas usadas pela PF na investigação atual. As fraudes não são novidades para nós, os plantões fantasmas e a canalização do dinheiro público para clínicas privadas não são novidade para nenhum aluno da faculdade. São casos de corrupção escancarados, feitos por diretores que – do alto de sua arrogância e soberba – se viam acima da lei.
Quando confrontados com esses fatos, os diretores por inúmeras vezes usaram de ameaças graves. Em um dos casos mais emblemáticos, os alunos do diretório foram coagidos a entregar seus computadores pessoais para uma auditoria interna. As ironias da vida permitiram que os próprios diretores tivessem seus computadores apreendidos, dessa vez de maneira legal.
Mas esse não foi o único exemplo da intransigência da direção.
Durante reuniões esse ano sobre outros casos de corrupção, como o caso dos professores fantasmas, os diretores fizeram chantagens emocionais e ameaçaram cancelar o Workshop da FAMEMA, uma das únicas fontes de renda do diretório.
Esses exemplos servem para ilustrar o que todos já sabem, independente do assunto, a direção não está disposta a cooperar e debater. O caminho da “porrada primeiro, pergunta depois” é percorrido por todos os membros da direção, ainda que o assunto seja consenso entre os estudantes, como o currículo falido da graduação. Não importa quantos alunos do primeiro ano reclamem e se vejam em meio a uma desestruturação total, a direção ainda se considerará especialista em educação médica – muitos sem nunca terem estudado o assunto.
O caso FUMES/FAMAR é ainda mais emblemático. Após afundar em dívidas com a FUMES por conta da péssima gestão, os gestores da faculdade resolveram fundar a FAMAR (uma instituição de direito privado) que passou a receber as verbas do governo estadual ILEGALMENTE e sem liberar seus orçamentos, ou seja, deixando a comunidade no escuro e abrindo caminho para toda a corrupção que estamos acostumados em todas as esferas de governo. Tudo isso com apoio INTEGRAL do Governo do Estado de São Paulo, que contrariou determinação de ilegalidade do contrato com a FAMAR, mantendo os repasses.
Enviamos esse ano ofícios para a FAMAR, pedindo liberação das contas. Há cerca de 3 meses esperamos a resposta.
O DACA está em contato direto com membros do poder legislativo do estado e do município, bem como com os responsáveis pela auditoria do complexo. Com acesso a esses importantes contatos, o DACA tem em sua posse um dossiê de quase nove mil páginas, que já foi enviado ao Ministério Público – com resumos enviados às mídias.
Aos trancos e barrancos o Movimento Estudantil se manteve na luta. Nosso objetivo sempre foi passar a limpo a FAMEMA, para que assim possamos construir uma faculdade que seja de fato referência em ensino e assistência. Os estudantes sofrem em suas lutas, mas se mantêm em pé.”
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