Assembleia com aproximadamente cem trabalhadores do complexo Famema decidiu nesta quarta-feira manter a greve por reajuste salarial e melhores condições de trabalho iniciada na segunda-feira, apesar da baixa adesão.
Para a diretoria, não há greve, mas situação de “mera ausência”, que poderá provocar medidas administrativas contra os trabalhadores. Uma proposta para suspender a paralisação e manter estado de greve com protesto e mobilização nas unidades foi rejeitada.
O Complexo envolve pelo menos três hospitais – Hospital das Clínicas, materno-Infantil e São Francisco, além de duas faculdades e diferentes institutos e serviços isolados de atendimento.
Toda a estrutura envolve em torno de 2.400 trabalhadores. Ontem por volta de 15h havia menos de 20 na mobilização de revistas em frente à direção da instituição.
A decisão provocou a divulgação de uma nota em que a diretoria anuncia que não reconhece a greve como ato legítimo e diz que a paralisação foi iniciada antes de encerramento das negociações.
Segundo a Famema, a assembleia que aprovou proposta de greve aconteceu no dia 2, um dia antes de reunião marcada entre sindicato e dirigentes. A reunião, segundo a direção, deixou propostas sem respostas, o que deveria ter sido resolvido antes da paralisação.
Os trabalhadores pedem reposição da inflação – 9% – mais aumento real, com índice total de 20% de reajuste, mais medidas para melhoria de condições, como contratação de funcionários, compra e recuperação de equipamentos e estrutura.
Confira a íntegra da nota divulgada pela diretoria da Famema:
“O Complexo Famema não reconhece o movimento de greve deflagrado pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Serviços de Saúde como legítimo. Mesmo antes do encerramento das negociações salariais, o Sindicato, após assembleia com alguns funcionários do Complexo Assistencial, deflagrou o movimento grevista.
No dia 03 de julho, houve uma última reunião entre as Diretorias das Fundações e o Sindicato, ocasião em que não havia se encerrado a pauta de discussões sobre as negociações salariais. Naquela oportunidade, o Sindicato afirmou que tinha conhecimento das dificuldades financeiras que atravessa o Complexo Famema, bem como, também estaria realizando ações junto ao Governo do Estado, no sentido de angariar aporte financeiro para o reajuste salarial.
No dia 06 de julho, o Complexo foi notificado pelo Sindicato que teria ocorrido no dia 02 de julho uma assembleia dos funcionários que deliberaram pela deflagração do movimento para o dia 13 de julho. Ocorre que a decisão dos funcionários foi anterior à reunião de negociações ocorrida no dia 03 e estas não tinham sido encerradas.
Ademais, a assembleia realizada no dia 02 de julho contou com a presença de algo em torno de 40 funcionários, quando o Complexo Famema possui 2.450 funcionários, portanto a referida deliberação não representa a maioria.
O movimento iniciado no dia 13 de julho tem contado com a adesão diária de algo em torno de apenas 2% do quadro de funcionários, situação que demonstra mais uma vez, a ilegitimidade do movimento grevista.
Importante ressaltar que, nas reuniões entre as Diretorias das Fundações e o Sindicato, a discussão foi apenas sobre o reajuste salarial. Em nenhum momento, o Sindicato abordou outros itens, como sobrecarga de trabalho, não cumprimento da NR 32 e péssimas condições de trabalho, que, além de inexistirem, jamais foram objeto de discussões nas reuniões realizadas e, muito menos, da pauta de reivindicações.
Para o Complexo Famema a greve não existe, se tratando de mera ausência de alguns trabalhadores ao seu posto de serviço.”