A Justiça de Garça marcou para o dia 8 de setembro, às 8h, o início da sessão do Tribunal do Júri que vai decidir se o médico Luiz Antonio Bruniera tentou matar o paciente Douglas Edwards Degret na clínica Santa Helena, um centro particular para recuperação de alcoolismo.
É um caso antigo e rumoroso, que envolvia ainda quatro nomes famosos da cidade – incluindo um vereador da atual legislatura – acusados de fraude como falsas testemunhas.
A tentativa de homicídio teria ocorrido depois de o paciente assinar documentos que colocavam a clínica como beneficiária de herança com muitos bens, como imóveis e a participação empresarial em um parque de diversões.
Segundo a acusação, após a assinatura Luiz Bruniera teria alterado o tratamento e colocado Douglas em situação de risco de morte. Diabético, ele teria passado a receber dieta com frituras, doces, muitas frutas e nenhum controle de glicemia.
Pior. Depois de insistir muito e conseguir indicação de um exame, o material coletado teria sido jogado fora por ordem do médico, segundo as acusações.
O caso explodiu em 2000, quando uma enfermeira denunciou a situação. Familiares de Douglas teriam sido impedidos de visitar o paciente, que acabou transferido e faleceu em 2007, vítima de infarto.
A HISTÓRIA
Segundo informações da acusação, Douglas Degret passou por duas internações na clínica. Na primeira, o pagamento teria ficado combinado com repasse de porcentagem de herança que ele receberia pela morte do pai. Douglas iria doar para sua irmã metade do que recebeu e deste montante daria 2% ao hospital. Não há informações atualizadas de valores.
Com a segunda internação, o percentual de repasse teria subido a 7,5%. O repasse ainda dependeria de inventário. Douglas teria oferecido um percentual maior caso advogados da clínica acelerassem a conclusão do processo e liberação dos valores.
Segundo a denúncia, não houve apenas uma situação de aumento. O paciente teria sido levado a doar todo o valor para a clínica. E a partir daí o tratamento mudou, com situações de riscos para o paciente, indica a denúncia.
Para o Ministério Público, Douglas foi levado a assinar um documento sem condições de entender o que fazia. Além disso, os quatro “famosos” envolvidos no processo teriam assinado como testemunhas de um acordo que não acompanharam e não poderiam referendar.
São eles Julio Cesar Kemp Marcondes de Moura, Luiz Roberto Lopes de Souza, Pedro Gimenes Neto e João Miguel Chaves.