Nacional

Ataques racistas em Bauru viram caso nacional; Unesp apura

Professor Juarez Xavier, alvo de ataques racistas na Unesp de Bauru
Professor Juarez Xavier, alvo de ataques racistas na Unesp de Bauru

Pichações com ataques racistas na Unesp de Bauru que se transformaram em caso de repercussão nacional serão investigados por uma comissão que busca identificar os autores e encaminhar punições.

O caso chocou por não só pelo comportamento criminoso, mas por ocorrer em uma faculdade de comunicação em uma das principais universidades do Estado que deveria, em tese, ser centro de debates, cidadania e respeito. Uma Congregação Aberta – reunião com participação gral a comunidade acadêmica – discute o caso nesta quinta-feira (3) à tarde.

No centro do caso está a atuação do professor Juarez Tadeu de Paula Xavier, 55, coordenador do Núcleo Negro Unesp para a Pesquisa e Extensão e chefe de comunicação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp, além do programa de cotas, que leva cada vez mais alunos negros para os cursos..

Juarez foi pessoalmente atacado nas pichações, que ofendem também mulheres e a comunidade negra de forma geral. Militante do movimento negro, ele espra que o caso, além da apuração, leve a mais debate e maior conscientização.

A comissão para apurar “fatos e atos racistas praticados no Câmpus de Bauru” terá prazo de 30 dias para apresentar relatório. “Cabe à Comissão de Apuração Preliminar levantar informações, obter nomes, datas e horários que possam resultar em provas substanciais de comprovação de responsabilidades”, diz a universidade.

As pichações foram feitas em um dos banheiros masculinos com as frases “Unesp cheia de macacos fedidos”, “Juarez macaco” e “Negras fedem”.

“Do ponto de vista legal, o objetivo é fazer um boletim de ocorrência. Vai ser difícil descobrir o autor, mas queremos que ele compreenda que cometeu um crime e portanto vai passar por um processo de averiguação e punição”, disse o professor em depoimento ao jornal Folha de S.Paulo.


Pichações foram documentadas pelo professor atacado na Unesp – Reprodução