Marília

Encontro no sábado prepara marcha e conferência da mulher

Marcha das mulheres no ano passado; encontro organiza ação deste ano – reprodução
Marcha das mulheres no ano passado; encontro organiza ação deste ano – reprodução

Mulheres em diferentes áreas de atuação social promovem neste sábado em Marília encontro para discutir organização da marcha das mulheres no desfile de 7 de setembro e participam em pré-conferências até a Conferência Municipal dos Direitos da Mulher, quatro dias após a marcha.

O encontro organiza eventos mas pode ser também a demonstração de força de movimentos feministas na cidade. A intenção é colocar no mesmo espaço lideranças comunitárias, pesquisadoras, servidoras públicas, donas-de-casa, profissionais liberais, executivas, dirigentes sindicais e integrantes de movimentos religiosos.

A marcha terá sua quarta edição e pretende levar pelo menos cem mulheres para o desfile de 7 de setembro. A conferência municipal, do dia 11, apresenta propostas de Marília para debate estadual e nacional.

São ideias que podem virar políticas públicas, investimentos, projetos de parceria com financiamento privado e, ao final, mudar comportamentos.

Para atender a todas as propostas os encontros antes da conferencia buscam atingir esta diversidade de público.  No fundo do debate estão objetivos comuns: respeito, valorização, igualdade de relações, maior representatividade política, articulação contra a violência e o preconceito. Temas que passam longe de ser novidade mas que ainda dependem de muitos avanços.

“Machismo e preconceito de gênero é uma questão de séculos, cultural, reproduzida dentro das famílias quando meninas são educadas para cuidar da casa e meninos não, meninas são proibidas de namorar cedo e meninos não”, contra a educadora Lu Santos, 27, presidente (ela prefere presidenta) do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher e uma das organizadoras do encontro.

Segundo a educadora, os temas em debate para a Conferência Nacional da Mulher neste ano estão mais direcionados, com foco em questões de dar mais poder aos movimentos e às mulheres, avançar no combate à violência e promoção da igualdade.

“São debates que exigem maior preparo, maior envolvimento. Por isso também queremos preparar as pré-conferências municipais”, explica.

Lu Santos diz que os movimentos feministas estão buscando maior articulação na cidade mas independente das existência de ONGs, a participação de mulheres e é cada vez maior em sindicatos, associações de bairro, grupos de debate, epartidos políticos.

“Ainda falta muito. Não temos uma sindicalista presidente de grandes entidades de trabalhadores, temos apenas uma vereadora, na história toda da cidade foram cinco. A participação da mulher nas campanhas e partidos ainda é muito restrita à questão das cotas mínimas de candidatas, então há muito a fazer.”

Para a professora, a realidade das mulheres que ainda enfrentam jornada dupla ou tripla, que ainda são limitadas por serem mães, que sofrem preconceito, violência, desvalorização no ambiente de trabalho e espaços públicos ainda não aparece na grande mídia. “Nosso trabalho é feito a pé, contato a contato, então é um processo lento. Mas seguimos, estamos avançando.”

SERVIÇO
Encontro movimentos de mulheres em Marília
Sábado, 15 – 14h
Apeoesp – Av Santo Antonio, 783