APRENDENDO COM A REPROVAÇÃO

Amigo leitor, está na iminência de sair o novo concurso para o INSS em todo o território nacional, por tal motivo, nossa coluna desta quinzena usará esse certamente como exemplo. Para o concurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no ano de 2012 foram oferecidas 1.875 vagas para 921.136 mil inscritos, sendo 909.337 para 1.500 mil vagas de técnico do seguro social, ou seja, em torno de 600 candidatos disputando cada vaga.  A conclusão é simples, mas a matemática é muito cruel: 599 candidatos ficarão pelo caminho, enquanto somente 1 conseguirá alcançar o objetivo.

Todavia, nos dias atuais, somente os vencedores são enaltecidos. Mas será que os 599 candidatos não possuem nenhum mérito? É claro que possuem! A sociedade se esquece que são 599 histórias diferentes, muitas de superação, dificuldades, problemas de saúde, perdas familiares, desilusões amorosas, dentre outras centenas de situações.

A realidade do “concurseiro” nos ensina que milhares e milhares de pessoas desistem antes mesmo de tentar, seja nos portões de entrada, antes ou depois da prova, por medo de falhar, de fracassar, por medo da reprovação, por medo de ficarem tachadas na sociedade como incapacitadas.

Como sempre digo nessa coluna, preparação para concurso público exige seriedade, principalmente por envolver o bem mais precioso que existe: VOCÊ.

Sem planejamento, sem preparação, sem determinação e acima de tudo sem muita raça não se sai do lugar. Fingir que estuda e se prepara e ir à igreja no sábado da véspera da prova implorar aos santos a ajuda celestial é ser o bobo da história. E mais, se concurso público dependesse exclusivamente da sorte seriam entregues aos candidatos cartelas de bingo e não provas.

O gênio dos gramados Didi profetizou: jogo é jogo, treino é treino. No mundo dos concursos poderíamos adaptar o profético pensamento: estudar é estudar, prova é prova.

Milhares são os casos de concurseiros que se dedicam de corpo e alma aos estudos, mas na hora de testar o seu conhecimento simplesmente “bloqueiam”. Mas por quê?

Em um universo de milhões de concurseiros, uma parcela ínfima consegue a aprovação no primeiro concurso que prestam. A matemática cruel demonstrada no início da coluna já comprova: a reprova é normal e precisa ser encarada como aprendizado. A reprova não etiqueta ninguém. O bloqueio por medo de fracassar pode ser um dos motivos. Assim como na vida, cair, chorar, sofrer e levantar faz parte da caminhada humana. É difícil, óbvio. Por isso os seres humanos são movidos a desafio. 

Todos seres humanos são limitados. Todos, sem exceção. Exemplifico com aquele que poderia ter temido o fracasso: Michael Jordan. É considerado por muitos como o melhor jogador de basquete de todos os tempos e por muitos como um dos mais importantes desportistas da história. Sua saga começou quando ele tentou entrar para o time do colégio de basquete durante seu segundo ano letivo, mas tendo apenas 1,80m, ele foi considerado muito baixo para jogar, e reprovado nos processos seletivos por várias vezes. Ou seja, como um “homem baixo” para os padrões do basquete se tornou o maior nome do seu esporte?

A resposta: muitas derrotas, muita motivação, muito treino e muita vontade de vencer. Em resumo: foi eleito o melhor jogador da temporada regular da NBA por cinco vezes, melhor jogador das finais em todos os seis títulos do Bulls, 10 vezes incluído entre All-NBA Team, 9 vezes para o NBA All-Defensive Team. Participou de 13 NBA All-Star Game e foi melhor jogador do All-Star Game em 3 oportunidades. Foi “cestinha” da NBA em 10 temporadas, “maior ladrão de bolas” por 3 vezes e eleito o maior defensor do Ano em 1988. A sua pontuação máxima num único jogo foi de 69 pontos. Um dos seus recordes mais marcantes e uma das provas da sua superioridade no basquete, é a sua média de pontos durante toda a carreira: 30,1 pontos em quinze temporadas consecutivas.

Tenha sempre em mente: as derrotas virão, farão de você uma criatura mais sólida para enfrentar os desafios da vida, até o dia em que a tão sonhada conquista chegar. “Tenha sempre como meta muita força e muita determinação, e sempre faça com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá, de alguma maneira você chega lá” (Ayrton Senna)