A Câmara de Marília aprovou no início da noite desta segunda-feira um requerimento do vereador Wilson Alves Damasceno (PSDB) com pedido de informações e detalhes sobre as mudanças no sistema de transporte coletivo urbano em Marília provocado por queixas de usuários após mudanças de itinerário.
As mudanças adotadas com a promessa de “estudos técnicos para modernização” e curiosamente atendem um desejo da empresa Grande Marília em mudar rotas, reduzir trajetos e gerar economia.
Além de pedir os dados detalhados, que nunca foram apresentados pela Emdurb, o requerimento do oposicionista Wilson Damasceno ganhou forte apoio do chamado “Fogo Amigo”, vereadores governistas que foram cobrar explicações. Marcos Rezende (PSD), vice-presidente da Casa, e José Menezes (PSL) foram á tribuna fazer coro às críticas contra má qualidade do transporte público na cidade.
Menezes chegou a dizer que o serviço está pior que há 20 anos e ainda criticou diretamente assessores do prefeito Vinícius Camarinha. Acusou a situação de “maior absurdo” e disse ter ouvido de “uma pessoa que eu achei que tratava do assunto que se apertar eles vão embora, tem que sofrer quietinho”, criticou o vereador.
Os vereadores Mário Coraíni (PTB) e Cícero do Ceasa (PT) criticaram a falta de medidas contra as empresas concessionárias do serviço – Grande Marília e Sorriso Marília. Ao final dos debates, o requerimento foi aprovado por unanimidade.
O requerimento pede informações baseadas em queixas de usuários da zona norte, onde atuar a Grande Marília que protagonizou uma queda de braço com a administração municipal e por repetidas vezes ameaçou deixar a cidade. A crise começou quando a empresa, por iniciativa unilateral, passou a mudar roteiros, o que provocou críticas e reação da Emdurb.
A empresa alega prejuízos e inviabilidade de cumprir contrato. pediu reajuste da tarifa – que subiu 32% em 2014 – ou opções como corte de funcionários e isenção fiscal. sem acordo, ameaçou abandonar o serviço. A Emdurb iniciou ainda na gestão de Antonio Carlos Nasraui, que hoje é secretário de Obras, os tais “estudos técnicos” que alteram os roteiros e atendem uma proposta da empresa.
Além do requerimento polêmico, a má qualidade dos serviços de transporte coletivo provocou pelo menos mais dois pedidos de informações e retomada de itinerários.