Tatuador apresenta técnica do Tebori, uma arte secular, em Marília

Uma sessão com quase cinco horas de trabalho apresentou na noite desta quarta e madrugada de hoje em Marília a técnica do tebori para tatuagem, um método que resgata tradições japonesas com trabalho manual em varetas com agulhas. A técnica foi trazida para Marília por Dokuro Bunshin, um tatuador brasileiro com anos de atuação no Japão, que faz curta temporada de trabalhos no estúdio Tattoo Venegas.

O procedimento foi adaptado para estilo e preferências de estética brasileiros e integra o método secular ao sistema de máquinas elétricas para traços finos mais precisos. A técnica foi usada apenas na pigmentação, para dar as cores e o sombreado no desenho.

No Japão, é comum encontrar clientes que usam o sistema de varetas em todo o processo, que fica mais lento, com linhas nem sempre tão precisas, mas carregam tradição e conteúdo vinculado ao desenho.

O método usa agulhas presas à ponta de uma longa vareta. As agulhas são mergulhadas na tinta e depois, com sequência de toques leves, aplicadas na pele. O trabalho mecânico produzido pelas máquinas elétricas é substituído pelo sistema manual do artista, que no Japão usa nome de Hori Hashi. O processo de pigmentação fica mais lento, mais leve e menos doloroso. E transforma a tatuagem em um ritual.