Marília

CÂMARA - Críticas ao transporte público crescem e atingem prefeito

CÂMARA - Críticas ao transporte público crescem e atingem prefeito

Nem o protesto Fora Herval, nem as mudanças nas formas de pagamento após anos de escândalo ou mesmo termas polêmicas da administração. O alvo dos debates na tribuna da Câmara de Marília foi, pela segunda semana consecutiva, centrado nos ataques à empresa Grande Marília, responsável por 50% do transporte público na cidade e acusada de prejudicar usuários por mudanças de percurso.

O roteiro seguiu o mesmo da sessão passada. O debate foi provocado por requerimento de vereador pedindo informações sobre os prejuízos aos serviços. Desta vez, o requerimento foi apresentado pelo governista Sílvio Harada.

Assim como na semana passada, a surpresa foi o envolvimento dos vereadores governistas nos ataques á má qualidade do serviço e nas críticas à prefeitura e seus órgãos de fiscalização. A governista Sônia Tonin disse que a Emdurb “tem que acordar” e que a empresa Grande Marília “faz o que quer”.

Outro governista, Marcos Rezende acusou as empresas de faturarem fortuna e pegar dinheiro “de rastelo” e não investir no atendimento. O vereador criticou o fato de a cada semana surgirem novas críticas sem medidas oficiais. Rezende afirmou que vai levar o caso para o Ministério Público.

O último governista no coro, José Menezes, elevou o tom das críticas ao dizer que a falha é do prefeito Vinícius Camarinha em deixar os serviços sem fiscalização e sem medidas de punição.

Foi a deixa para o grupo opositor começar a falar. O primeiro, o vereador Mário Coraíni Júnior, que acusou a empresa de ser “péssima” e não “honrar a assinatura” mas acusou o prefeito de ser o responsável pelos problemas e a “péssima administração pública, políticos que não merecem. Não tenho motivo nenhum para ter orgulho em dizer que exerço a vereança”, disse o vereador, antes de citar casos históricos de corrupção.

Cícero do Ceasa, outro opositor, seguiu a mesma linha e lembrou o debate da semana passada. “Por diversas vezes estive na empresa conversando, nunca só, sempre acompanhado pelo morador que reclama. É certo que há problema. E o pior, os ônibus vêm mudando com consciência do prefeito. Os ônibus já estão mudando e trabalhando só com motorista, sem cobrador. Agora é culpa da empresa? Eu não diria que é.”

O vereador Wilson Damasceno (PSDB) disse que a cidade está suportando imposição de empresas que entraram na cidade por força de liminares. Culpou o prefeito por permitir e legalizar a permanência das empresas.

“Já estão até modificando os ônibus, não estão nem aí. Agora, essa Casa conhece o contrato? Ainda está sob liminar? A empresa veio, falou que ia embora, bateu o pé e aí acalmou tudo e 300 cobradores foram mandados embora, as linhas reduzidas e as queixas acabam aqui.”