O delegado federal Sandro Roberto Viana dos Santos, ex-chefe da Polícia Federal em Marília, comandou nesta terça-feira uma grande operação de combate à venda de roupas contrabandeadas da China e Paraguai e vendidas com etiquetas falsas em empresas do Paraná.
A Operação Etiqueta cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em empresas de confecção de Londrina e Ibiporã. Ninguém foi preso.
Segundo o delegado, as empresas importavam roupas do Paraguai e da China de forma irregular, sem pagamento de impostos. A PF aponta crimes de contrabando e descaminho, corrupção passiva e associação criminosa.
Após entrada no país, as roupas eram armazenadas em barracões em ruas do centro de Londrina, onde passavam pelo processo de “esquenta” e recebiam etiquetas de marcas brasileiras.
Segundo a PF, os envolvidos movimentavam até R$ 15 milhões em vendas mas registravam apenas R$ 4 milhões pelas marcas oficiais. A investigação mostra ainda que agentes da Receita Federal sabiam e protegiam o esquema.
A propina para manter as empresas chegaria a R$ 200 mil mensais. A Polícia investiga ainda envolvimento de laranjas como proprietários das empresas. O caso já provocou também uma investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que investigou corrupção da Fazenda Estadual.
Sandro Viana comandou a PF em Marília a partir de 2007 quando a Operação Oeste flagrou casos de corrupção, peculato, estelionato e formação de quadrilha. Ficou como chefe até 2009, quando acabou rebaixado a delegado adjunto sob forte pressão política. Seguiu na cidade até 2012, inclusive com participação em investigações de corrupção e fraude eleitoral, até ser transferido para o Paraná, onde nasceu e tem família.