Uma das mais tradicionais entidades de atendimento a adolescentes de baixa renda em Marília apresentou na noite desta quarta-feira os dirigentes para novo mandato e força de uma tradição em serviços para enfrentar desafios de legislação, retração da economia e mercado cada vez mais exigente.
Responsável por orientação profissional e encaminhamento de jovens ao mercado de trabalho, a entidade caminha para completar 40 anos em 2017 graças ao fôlego dos dirigentes comprometidos com o projeto de atendimento criado na década de 70.
É um trabalho que reúne grandes nomes da cidade. Mantida pelo Lions Clube Marília, a entidade terá como novo presidente o advogado Francisco Samuel Almeida. Ele substitui o médico Adhemar Silveira de Toledo. A solenidade foi dirigida pelo atual presidente do Lions, o delegado de polícia aposentado Guido Modelli.
Quando foi criada, a Legião atendia adolescentes em diferentes faixas etárias com treinamento, orientações sobre funções básicas de escritório, serviços bancários e relacionamento.
O trabalho usa recursos da arrecadação da Zona Azul, que regula uso de vagas de estacionamento na cidade e os adolescentes colaboram com a venda das cartelas. Muitos dos atendidos desenvolveram carreira no comércio, bancos e serviços da cidade.
Os avanços da legislação trabalhista impediram muitos dos adolescentes de seguir no treinamento ou serem aceitos para as funções. Além disso, encareceram as contratações, o que inibiu o atendimento.
Além disso, desde 2009 sem reajuste e a falta de uso e fiscalização das cartelas derrubaram a arrecadação da zona azul, que teve nesse mês um aumento. Ainda assim, a instituição mantém grupos de adolescentes e um grande espaço de atendimento que fornece complemento educacional, alimentação e suporte para admissão em empresas.
Adhemar Silveira de Toledo disse que sua gestão enfrentou momento difícil, praticamente insustentável de falta de recursos. O médico acredita que a retomada dos serviços de fiscalização do trânsito e um gradual reajuste das cartelas vão ajudar. Leonildo Lehnhardt, conselheiro, disse ter certeza que o novo dirigente vai gerir a Legião com a cabeça, mas pediu “não esqueça o coração”.
Francisco Almeida disse que assume ‘honrado e preocupado’. “Desde 1977 houve muitas alterações, inclusive da legislação trabalhista e do público que a entidade poderia atender. Atendíamos adolescentes a partir de 12 anos”, lembrou o novo presidente. Ele disse que não é possível administrar sozinho e pediu colaboração de todos..