A Prefeitura de Marília anunciou na manhã desta quarta-feira o cancelamento do tradicional desfile cívico-militar de 7 de setembro, feriado nacional da independência.
A medida, que pega entidades, escolas e a sociedade de surpresa terá como efeito colateral o esvaziamento de pelo menos dois protestos programados para acompanhar o evento: o Grito dos excluídos e a Marcha das Mulheres.
Segundo o prefeito Vinicius Camarinha (PSB), o desfile foi cancelado como medida de economia. O evento todo custaria em torno de R$ 100 mil, segundo informações da administração.
O cancelamento ocorre menos de 24 horas depois de a prefeitura divulgar a “abertura da Semana da Pátria”, evento em que o prefeito disse que o “o município faz a lição de casa, trabalhando o civismo, investindo na educação, sendo leal aos compromissos com a população”.
A decisão de cancelar o desfile acontece também quatro dias depois de uma medida impopular: um aumento das tarifas de ônibus que o prefeito havia prometido não autorizar e que passará a ter efeitos em 16 de setembro.
PROTESTOS
As duas manifestações esvazias pelo fim dos desfiles acontecem tradicionalmente na sequência dos desfiles, ao final das apresentações de escolas, serviços militares de segurança – PM, Bombeiros e Tiro de Guerra -, entidades filantrópicas e algumas organizações, como clubes de carros antigos.
Essas apresentações, além de todo o cerimonial com interdição da avenida Sampaio Vidal e cobertura de mídia, garantiam aos protestos maior visibilidade. Ainda que os organizadores estudem manifestações, não devem ter a mesma atenção.
O Grito dos Excluídos reproduz em Marília manifestação com alertas sobre problemas sociais – fome, falta de habitação, crise na saúde, exclusão social – e é geralmente acompanhado de manifestações contra a administração municipal.
A Marcha das Mulheres não tem tanto enfoque de crítica local, mas há três anos promove manifestações contra a violência, preconceito e desrespeito às mulheres no país e na cidade.