Grupo de aproximadamente 50 médicos residentes de diferentes especialidades em Marília participaram de passeata nesta quinta-feira em manifestação nacional pela valorização da categoria. Os residentes paralisaram atividades na cidade e só retomam trabalho na manhã desta sexta-feira.
A passeata saiu do HC e seguiu pela avenida Tiradentes até a sede da Associação Paulista de Médicos, na rua Pedro de Toledo, para retonrar pela avenida das Esmeraldas até o hospital.
O protesto criou uma cena inusitada. Debaixo do sol forte, com muito calor, o grupo de médicos saiu em caminhjada pelas ruas em torno do hospital usando os jalecos brancos de trabalho e uma tarja negra no braço, alguns com nariz de palhaço ou buzinas, além de faixas e cartazes. A manifestação incluiu uma passagem em frente à entrada do Pronto Socorro do HC.
Foi uma passeata “educada”, que respeitou semáforos, evitou andar na contramão e usou apenas uma pista da avenida Tiradentes, além da pista de cooper da avenida das Esmeraldas, sem prejudicar o trânsito.
Segundo o representante dos residentes na cidade, Daniel Villanova, não há pautas ou reivindicações locais. A manifestação segue apenas convocação nacional seis pautas (veja abaixo).
Os residentes são médicos já formados em fase de pós-graduação para formação de especialistas. A cidade tem 150 profissionais em 23 especialidades médicas. Segundo Villanova, não houve qualquer prejuízo ao atendimento de emergência e urgência. Os outros atendimentos dependeriam de ajustes da Famema com os docentes ou de eventual reagendamento das consultas. O representante acredita em quase 100% de adesão.
“Não é uma greve, é uma manifestação que visa também maior qualidade de atendimento aos pacientes do SUS”, explicou. A manifestação prevê ainda outras ações, como doação de sangue e de alimentos para as famílias vítimas da chuva na cidade.
Veja as reivindicações dos residentes:
1. Aumento da representação das entidades médicas na composição da CNRM e fim da câmara recursal.
2. Fiscalização imediata de todos os programas de residência do país para garantir a qualidade destes, antes da abertura de novas vagas. A fiscalização deverá ser realizada por médico de especialidade correspondente ao programa e representante dos médicos residentes.
3. Revisão completa do texto do Decreto no 8.497 de 4 de agosto de 2015 para garantir que a Residência Médica permaneça como padrão ouro de formação de especialistas.
4. Levantamento dos cortes orçamentários e suspensão destes em todos os serviços (hospitais, unidades básicas de saúde, etc.) em que atuam médicos residentes.
5. Plano de carreira e de valorização para os Médicos Preceptores, com inclusão de remuneração adequada, desenvolvimento continuado e tempo exclusivo para atividades didáticas.
6. Plano de carreira nacional para médicos do SUS com garantia de remuneração adequada, progressão de carreira, desenvolvimento profissional e educação continuada.