Marília

O General, a Dilma e o Chico Buarque

Hoje, (ontem dia 14) passando rapidamente pelas manchetes do jornal Folha de SP, duas notícias me chamaram a atenção, a primeira, se já não bastasse praticamente toda a impressa brasileira bater na presidente, como a imprensa fez com Getúlio em 1954, a OAB e todos aqueles que não votaram nela.

O Exército brasileiro começa a se manifestar e ficar ainda mais perigosa a continuidade da democracia brasileira mais uma vez.  O comandante do Exército brasileiro, General Villas Bôas, disse o seguinte: “ Estamos vivendo situação extremamente difícil, crítica, uma crise de natureza política, econômica, ética muito séria e com preocupação que, se ela prosseguir, poderá se transformar em uma crise social com efeitos negativos sobre a instabilidade” […] E aí, nesse contexto, nós nos preocupamos porque passa nos dizer respeito diretamente. ” (Folha de SP 14/10/15)

A segunda, a nossa presidente Dilma, no 12º congresso da CUT não deixou por menos, em seu discurso mais duro desde que o fantasma do impeachment voltou a rondar nosso senário político conclamando o trabalhador a lutar contra mais um golpe e “ Sem mencionar o ex-presidente João Goulart (1919-1979), deposto pelo golpe militar de 1964, a mandatária traçou um paralelo com o episódio – usando as expressões “ filme já visto” – e “final trágico “ – e fez um apelo à base social da esquerda brasileira. Disse o seguinte “ Ninguém deve se iludir. Nenhum trabalhador deve baixar a guarda. ” (Folha de SP 14/10/15)

E o Chico Buarque, aonde entre nisso tudo? Em trechos da sua música composta junto com o Roberto Menescal disse: “Bye bye, Brasil. A última ficha caiu. Eu penso em vocês night and day. Explica que tá tudo okay.  Eu só ando dentro da lei. Eu quero voltar, podes crer. Eu vi um Brasil na tevê […] Eu tenho tesão é no mar. Assim que o inverno passar. Bateu uma saudade de ti. Tô a fim de encarar um siri. Com a benção de Nosso Senhor. O sol nunca mais vai se pôr.”

É justamente isso, aquele Brasil que ele deu Bye bye era o Brasil da Ditadura que já ia tarde e com a benção de Nosso Senhor nunca mais vai voltar.

O problema é que a oposição bate forte, a imprensa bate forte. A AOB já se manifesta. O Exército começa a se manifestar. Só está faltando a Igreja. Mais uma vez, falando do Nosso Senhor, que ele tenha coisas muito mais importantes para cuidar do que para dar trela para mais esse golpe contra a nossa Democracia.