A poucos dias de completar 73 anos uma das mais consagradas instituições de atendimento social em Marília está em ritmo de revitalização reorganização de serviços e muita empolgação.
A Associação Filantrópica prepara novo ciclo de atendimento e uma visita do grupo Amigos do Bar nesta sexta-feira foi celebrar a mudança e oferecer lanche, kits de higiene e tarde de lazer para as crianças.
Lanches, sorvetes, refrigerantes e material de higiene pessoal foram entregues pelos voluntários Tadaumi Tachibana, Paulo Castro e Lincoln Siquini, que foram recebidos pelo presidente da Filantrópica, Romildo Raineri Jpúnior, o diretor Alberto de Oliveira e Silva e pela assistente social Sueli Aparecida Spadotto Escobal.
Formada a partir da integração de lideranças espíritas e empreendedores como o empresário Romildo Raineri, fundador do Pastifício Marília, que acabaria comprado pelo grupo Adria, a Filantrópica chegou a atender quase cem crianças em regime de internato.
Para isso montou uma estrutura colossal de grandes dormitórios, refeitório, piscina, gramado e até espaço onde funcionou uma escola. O complexo envolve ainda casas, que alugadas revertem recursos para manter a estrutura.
Um dos maiores centros de atendimento do interior acabou sem público e desatualizado para acompanhar a legislação de atendimento à criança e adolescente, hoje focada em envolver e cobrar mais responsabilidade da família e sociedade.
Com aproximadamente dez internos, a Associação assume novas funções e vai atender público que era atendido pela Casa do Cidadão 9, com entrada no sistema de assistência social para crianças e adolescentes vítimas de violência, abandono ou envolvidos em problemas como uso de drogas.
Será um trabalho semelhante ao que presta o Cacam (Centro de Apoio À Criança e Adolescente de Marília), com algumas particularidades. Vai abrigar até 20 meninos com idades entre dois e 18 anos – não recebe bebês e nem meninas, como acontece no Cacam.
Duas casas de aluguel serão transformadas para receber os novos internos. A antiga estrutura deve ser direcionada para formar um centro de convivência que vai atender as crianças, adolescentes e idosos em sistema de centro dia.
“A legislação mudou muito. Hoje o direcionamento é que o abrigo será provisório. A Filantrópica teve crianças que entraram com cinco, seis anos e saíram com 18. Agora a ideia é que fiquem no máximo dois. Ou serão reintegrados às famílias ou serão encaminhados para famílias substitutas”, explica Raineri.
Uma das exigências da nova legislação é que os abrigos sejam cada vez mais semelhantes a casas em vez dos grandes internatos. Por isso a reforma dos dois imóveis, cada um com três quartos e estrutura para dez meninos cada. Poucas camas nos quartos, acesso à cozinha, jardins, banheiros com maior privacidade são algumas das medidas.
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Sueli Escobal é enfermeira e pedagoga, aposentou-se como servidora no Cacam e foi contratada para atuar com os adolescentes na Filantrópica. Leva a experiência e vontade de atuar com o novo projeto.
“O prédio será um grande centro de convivência, a piscina, a quadra, o prédio serão usados em atividades esportivas, lazer. Quem estuda de manha vem à tarde e vice-versa”, explica.
Prefeitura e governo federal contribuem para a manutenção, inclusive com funcionários: oito monitores e dois auxiliares do município. A direção segue com a Filantrópica.
Para os Amigos do Bar é um projeto a incentivar, Lincoln Siquini é conhecido da casa. Há quase dez anos participou em campanha para doação de dezenas de colchões. O diretor Alberto Silva lembra. Está na Filantrópica desde 1971.
“Recebíamos internos de São Paulo. Saíamos à noite para encontrar crianças que precisam de abrigo. Eram quase cem crianças aqui. Estou no Conselho Fiscal, não sou mais diretor de atividades diretas, mas não saio daqui, é parte de mim.”