O Estado de São Paulo investiga seis casos de suspeitas de microcefalia (má formação cerebral) provocados por contaminação por zika, tipo de infecção transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue.
Apenas um caso foi identificado no capital. Os outros estão nas cidades de Campinas, Mogi Guaçu, Ribeirão Preto, Guarulhos e Sumaré. As informações foram divulgadas em nota oficial da Secretaria de Saúde divulgada nesta tarde.
A doença acomete bebês vítimas de infecção da mãe durante a gestação. A paciente da capital pode ter contraído a doença no Nordeste. Os outros casos são tratados como autóctones, ou seja, contraídos por mosquitos contaminados nas próprias cidades.
Mais que os casos preocupantes da doença, as suspeitas levantam risco de a Zika proliferar no Estado assim como a Dengue, que teve entre 2014 e 2015 uma epidemia história em São Paulo, inclusive em Marília.
Veja a íntegra da nota distribuída pela Saúde:
“A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo investiga seis casos de microcefalia (má-formação cerebral) em recém-nascidos possivelmente relacionados à infecção pelo vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, no Estado.
Os casos são de bebês nascidos nas cidades de Campinas, Guarulhos, Mogi-Guaçu, Ribeirão Preto, São Paulo e Sumaré. No caso de São Paulo a gestante tem histórico de viagem ao Nordeste. Ela chegou a São Paulo com 37 meses de gestação. Os demais casos estão sendo tratados, no momento, como autóctones.
Todos esses casos preenchem os requisitos clínicos necessários para definição de caso ligado a infecção por zika: as gestantes apresentaram exantema (manchas avermelhadas pelo corpo) durante a gestação e tiveram exames negativos para rubéola, toxoplasmose, sífilis, herpes e citomegalovírus.
Em quatro dos seis casos os resultados de tomografia computadorizada mostraram presença de calcificação no cérebro dos bebês, o que pode sugerir infecção pelo zika.
Não há, no momento, exame sorológico disponível na rede pública de saúde do país para confirmação laboratorial de zika. Somente este exame seria capaz de apontar anticorpos do vírus no sangue das mães cujos filhos nasceram com microcefalia, bem como atestar infecções de pessoas com os sintomas da doença.
A rede sentinela contra zika implantada pela Secretaria vem monitorando a circulação do vírus no Estado.
Por meio da rede de laboratórios do Instituto Adolfo Lutz, a Secretaria de Estado da Saúde vem realizando testes de RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase, com Transcriptase Reversa, em Tempo Real) em amostras que deram negativas para dengue, visando identificar o genoma do zika vírus.
Esses exames são aplicados sobretudo em regiões em que há notificação de casos de microcefalia. Até o momento, nenhum teste deu positivo para zika.
A Secretaria está considerando gestantes com exantema até que se confirme ou não a circulação do zika vírus nos municípios de residência dos casos suspeitos.
De 17 de novembro até 10 de dezembro os municípios notificaram 46 casos de microcefalia ao Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria. Seguindo protocolo federal editado em 8 de dezembro, a pasta irá elaborar boletins periódicos de casos de má-formação cerebral que tenham possível relação com infecção por zika.”