Marília

Corrente pede doações de sangue para Thienne, 8, e ajuda outros pacientes

Corrente pede doações de sangue para Thienne, 8, e ajuda outros pacientes

Uma corrente com pedido de doações de sangue nas redes sociais tenta atrair em Marília doadores de sangue para ajudar o tratamento da menina Thienne, oito anos, portadora de Talassemia Major, uma condição rara provocada por falha genética que leva a uma situação grave de anemia.

Thienne mora em Bauru com a família, mas a cidade não oferece o tratamento nem os medicamentos para enfrentar a talassemia. Por isso a menina faz as transfusões em Marília desde os três anos de idade.

Os pais da criança, Tatiana e Marcuzzo, organizam repetidas caravanas e viagens de doadores, especialmente nos períodos de queda acentuada nos estoques do hemocentro, que agravam o atendimento.

“A Thienne usa até quatro bolsas de sangue por mês. Quando o estoque fica muito baixo pode haver redução. Ela já chegou a receber uma bolsa só por falta de estoque. Estou fechando um grupo de doadores de Bauru, mas é sempre difícil, caro”, explica a mãe.

Além das bolsas de sangue, o tratamento para a forma mais grave da doença envolve medicamentos caros e que poucos centros de atendimento no Estado oferecem. Antes de conseguir o atendimento da menina em Marília, a família precisava levar Thienne até Campinas.

Católicos, os pais de Thienne conseguiram envolver paróquias e fiéis na corrente por doações, o que deu maior visibilidade para a campanha mas repetidamente preecisam reforçar os pedidos. períodos de férias e feriados prolongados derrubam os volumes de doações no Hemocentro.

O problema se repete para outros pacientes com o problema. Os pedidos para atrair doadores deram nova visibilidade à doença, que tem pacientes de Marília e região atendidos no Hemocentro da Famema. Segundo a campanha, Thienne passa por até duas transfusões por mês, o que demanda grande exigência de sangue.

Outros pacientes enfrentam a mesma necessidade e a condição permanente de falta de estoques no Hemocentro ameaça este atendimento. A doença provoca má formação da hemoglobina, a proteína encontrada nas ou células vermelhas do sangue, responsável pelo transporte do oxigênio a todas as células, tecidos e órgãos do corpo humano.

Segundo a assistente social Lucimara Faustino Custódio, do hemocentro, atualmente 20 pacientes – entre adultos e crianças – fazem o tratamento para talassemia na cidade. Com a fase de estoques em baixa, todos estão recebendo transfusões parciais, ou seja, não recebem todo o sangue que deveriam.

Hereditária, a talassemia não tem cura, a não ser em casos de transfusão de medula óssea, um procedimento raro pela dificuldade em encontrar doadores compatíveis. Além de doar sangue, os voluntários podem se cadastrar como doadores de medula.

Cita como avaliação de dados o caso de Thienne, que precisa de até quatro bolsas, o que representa quatro doadores apenas para atender a menina. A situação se repete para outros pacientes.

Lucimara destaca a importância das doações permanentes para garantir estoques e todos os atendimentos. “Estamos falando aqui só de um tipo de atendimento no ambulatório. Há outros, há demandas de urgência e o ideal é ter sempre os estoques adequados porque mesmo as doações de urgência demandam um tempo de pelo menos 24h para liberação das bolsas de sangue.”