Marília

Metalurgica com greve prevê pagamento nesta sexta

Irton Siqueira Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Marília – Reprodução
Irton Siqueira Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Marília – Reprodução

A metalúrgica Estruturas Metálicas Brasil enfrentou um dia de greve nesta quinta-feira por causa de atrasos nos pagamentos de dezembro e janeiro. A paralisação envolveu pouco mais de 20 trabalhadores entre aproximadamente 60 empregados da fábrica, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos. Em nota distribuída no final da tarde, a empresa divulgou que a fábrica não parou e que o pagamento será feito nesta sexta-feira.  

O presidente do Sindicato, Irton Siqueira Torres, disse ao Giro Marília que a paralisação vem sendo discutida há dias e já provocou quatro assembleias de trabalhadores na fábrica. A metalúrgica trabalha com turno único de produção.

Ainda segundo o sindicato, antes do carnaval a empresa teria apresentado uma proposta de fazer dois pagamentos: um até quarta-feira (10) e o outro até o dia 15 de março. A greve aconteceu porque o pagamento de ontem não saiu. “Está tudo documentado, foi tudo feito de acordo com a lei e a partir da proposta apresentada pela empresa”, disse Irton Siqueira.

A empresa aponta inadimplência – incluindo falência de dois grandes clientes – como causa das dificuldades a partir do final de 2015. A nota diz que a metalúrgica represneta 230 empregos diretos e indiretos e que todo o setor de metalurgia enfrenta dificuldades por causa da retração da economia. Veja a íntegra da nota abaixo.

O Sindicato ainda espera receber da empresa informações sobre outros direitos dos trabalhadores, como o FGTS e o recolhimento do INSS. Também vai pedir informações sobre entrega da cesta básica, que estaria atrasada.

“Em Marília, chutando sem medo de errar, deve chegar a 70% das empresas o atraso de FGTS. Até por isso estamos orientando os trabalhadores a fazer a consulta de extrato pela internet. Podem fazer em casa mesmo.”

Segundo o sindicalista, há outras duas metalúrgicas, de Garça, que apresentam atraso de salário, e uma de Marília que cortou de forma unilateral fornecimento de almoço aos trabalhadores.

O acordo trabalhista da categoria não prevê o fornecimento das refeições, mas a empresa já fornece a alimentação há oito anos. “Então entendemos que é caso de direito adquirido. É um benefício informado no momento de contratação.”

Veja íntegra da nota distribuída pela empresa:

A Estruturas Metálicas Brasil não sofreu paralisação em sua produção nesta 5ª feira (11), mantendo as atividades em sua sede, no Distrito Industrial I, Zona Norte, e em todas as obras que estão em andamento em Marília, no Estado e no País.

Nós fomos surpreendidos no final do ano passado com a falência de duas empresas para as quais prestamos serviços e deixamos de receber quase R$ 5 milhões. Isso, aliado à crise econômica e à recessão que o País atravessa, afetou o fluxo de caixa e nos trouxe muitas dificuldades. Mas a folha já está pronta e os funcionários serão pagos nesta 6ª feira (12)’ – explicou o empresário Antônio Augusto Ambrósio (Tato), proprietário da Brasil, para justificar a paralisação de alguns empregados. Ele também disse que a maioria deles já havia recebido valores antecipados.

O setor metalúrgico, diretamente ligado ao da construção civil, tem sido um dos mais afetados pela recessão, com milhares de demissões somente na região de Marília, segundo o próprio sindicato da categoria.

“A inadimplência é grande, o ritmo das obras diminuiu, mas, apesar disso, a Brasil tem recebido muitos pedidos de orçamento. Afinal de contas, são quase 50 anos de atividade e uma imensidão de obras executadas no País e até fora dele. Mas as dificuldades surgem e nós estamos enfrentando cada uma delas com a seriedade e a honestidade de sempre” – disse Tato.

“Aos nossos funcionários, aos amigos e à população em geral tenho a informar que, apesar da crise e das dificuldades, não vamos desistir e continuamos acreditando que a persistência, a força do trabalho e a fé em Deus serão sempre capazes de vencer todos os desafios” – finalizou Tato.

A Brasil emprega atualmente 230 funcionários diretos e indiretos e é considerada uma das maiores empresas do ramo de estruturas metálicas do Estado e do País.”