Marília

Ativista impede morte de gatos em ritual na madrugada

Ativista impede morte de gatos em ritual na madrugada

Uma intervenção que salvou dois gatos de um sacrifício em ritual religioso pode virar polêmica na cidade. Uma ativista de proteção animal impediu que os animais fossem sacrificados em um ritual religioso nas ruas de um bairro nobre da cidade.

O caso aconteceu no início da madrugada desta quinta-feira. Algumas galinhas foram mortas antes que ela chegasse ao local. 

A celebração, com o tradicional uso de velas, cumbucas e bebidas, aconteceu em um cruzamento na região da avenida das Esmeraldas, um dos pontos mais nobres e de valorização imobiliária da cidade.

A ativista chegou ao local por volta de meia-noite, quando dois homens e uma mulher começavam a retirar dois filhotes de gato de um saco. A chegada e fotos do ritual provocaram uma rápida discussão, momento em que um gato fugiu e ela conseguiu pegar o outro.

Ela conta que foi avisada por duas mulheres que passaram pelo cruzamento e testemunharam o abate das galinhas. “Estava em casa, na calçada aguardando uma adotante para um pitbull, quando elas chegaram”, conta.

O ritual terminou após a discussão. Os três foram embora, a ativista ainda ficou no local para tentar encontrar o segundo gato, o que só fez na manhã de hoje. Ela ainda ainda não levou o caso à polícia, mas o debater não é novo e envolve uma longa discussão sobre liberdade religiosa.

Isso porque o sacrífico é uma tradição em muitas religiões – inclusive entre os hebreus com diferentes citações no velho testamento, que compõe até hoje a Bíblia – e adotado no candomblé. Na maioria das vezes, envolve algumas exigências de cuidados e respeito aos animais.

O ritual de ruas, popularmente generalizado como macumba, é geralmente realizado em cruzamento de ruas em locais ermos, pouco iluminados, muitas vezes já próximos à zona rural. Pela própria localização e condição de abate, não há muito cuidado com o sofrimento animal, higienização, saúde pública ou limpeza pública. Os abatidos são deixados nas cumbucas dos rituais.

Em todos os casos, o abate dos animais é tratado como processo de comunhão de alimento com divindades e entidades espirituais, que podem envolver pedidos de proteção e benefícios mas também para projetar sofrimento e perdas.