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Especialistas tentam hackear urnas eletrônicas em análise de segurança

Especialistas tentam hackear urnas eletrônicas em análise de segurança

Um grupo de especialistas, com formação e experiência para hackear sistemas, investiga até esta quinta (10)  possíveis vulnerabilidades da urna eletrônica usada para eleições em todo o país e testar sistema criado por cinco “ninjas”, apelido dado pela origem oriental de três integrantes que criaram o sistema de segurança do equipamentos para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O Teste Público de Segurança é organizado pelo tribunal e está em sua terceira edição. Reúne dez especialistas. Os testes incluem desmontar as urnas para análise de componentes e funcionamento. As equipes investigam diferentes possibilidades de fraudes, como a destinação dos votos – direcionar a outro candidato código digitado pelo eleitor.

“Tivemos acesso preliminar aos códigos-fontes, tínhamos ideia da dificuldade, mas viemos na expectativa de, quem sabe, acha alguma coisa aberta”, explica.

Elisabete disse que o teste é feito em um ambiente controlado no qual várias barreiras de segurança já foram derrubadas para que os investigadores pudessem vasculhar tanto bits quanto chips da máquina eletrônica.

“A gente focou muito nesses periféricos, momento em que a informação sai da mão do usuário que está digitando no teclado e antes dela ser gravada no banco de dados ou na hora de imprimir o boletim de urna”, detalha. 

Pessoas com deficiência visual podem solicitar previamente nos tribunais ou pedir ao mesário a liberação do áudio que narra o voto. Mas a equipe do professor Luiz Fernando de Almeida, da Universidade de Taubaté analisa risco de o áudio vazar.

Para Almeida, um simples dispositivo eletrônico poderia se conectar na saída de áudio e transmitir a informação via Bluetooth ou por Streaming de áudio.

“O que queremos saber é como a urna se comporta diante dessa situação [de vazar o áudio]. A ideia não é encontrar uma falha, mas sim apontar melhorias”, ressalta Almeida.

Para Giuseppe Janino, secretário de Tecnologia de Eleições do TSE, um dos ninjas e co-criador da Urna Eletrônica, a acessibilidade e a segurança dos dados formam um paradoxo.

“Na medida que você aumenta as restrições de segurança (como restringir o uso do áudio), você acaba diminuindo a transparência. É preciso encontrarmos um equilíbrio para que os dois caminhem juntos”, pondera.