O Comício da Central

Em março de 1964, o então Presidente “Jango”, organizou um comício na Central do Brasil, RJ. Era o lançamento do seu Plano de Metas no qual defendia reformas políticas urgentes e inclusive, a tão esperada Reforma Agrária.

Logo após o comício que contava com a participação da UNE, das Ligas Camponesas (hoje MST) e do Comando Geral dos Trabalhadores (hoje uma espécie de CUT), levantou-se a ira das elites e conservadores do país que organizaram a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” e no fim do mês, o Golpe que jogaria o país em 21 anos de agonia.

Hoje, 52 depois, e com o Brasil em uma crise institucional igual ou pior que a do João Goulart vivia, penso que seria uma boa opção para a Presidente Dilma reeditar o comício da Central. O país também precisa de uma reforma política urgente e mais, reforma previdenciária, corte de Ministérios e gastos públicos e quem sabe, da implantação de um imposto único para todos os brasileiros e fim de todos os outros impostos.

Jango em seu governo, não tinha esses lampejos de corrupção que assola os políticos de agora, era um Presidente de Moral ímpar. Dilma tem uma vantagem sobre ele, a grande maioria da população ainda está com ela, a oposição não tem o mesmo peso que na época de 64 e hoje, com raras exceções, os militares não saem de suas casernas.

Março de 2016, ainda está perfeito para Dilma realizar o caminho inverso feito por Jango em 1964, já que a “Marcha da Família” de agora virá primeiro que o Comício da Central, será no próximo domingo dia 13 sob o nome de “Vem Pra Rua” e dependendo do que acontecer, nada mais certo que ela convocar os seus eleitores, a UNE e outras organizações para  essa nova empreitada e enfrentar todos aqueles que a querem derrubar do poder.

Será a volta dos grandes comícios pela democracia e quem sabe, dar um novo rumo para seu governo e o tirar dessa crise sem tamanho. Basta saber se seus assessores e ela própria teria coragem de realizar tão espetacular ato.

Março de 1964, seria o último mês de João Goulart na Presidência do Brasil que já atravessa uma crise governamental desde a renúncia do Jânio, Jango quis mudar o país e sofreu o Golpe. Agora 50 anos depois, em março de 2016, em uma crise inicia em seu próprio governo, se a Dilma tentar mudar o país, tenho certeza que ela não sofrerá um novo Golpe.