Morreu nesta sexta-feira o empresário Juan Arquer Rubio, 79, um dos principais industriais da cidade nas décadas de 80 e 90 e que há anos morava no Guarujá, onde montou um empório de importados, bebidas, embutidos finos e vivia com a esposa, Renata.
Espanhol radicado no Brasil, Juan Arquer fundou na década de 70 em Marilia a rede de óticas Iguatemy, criada a partir de uma loja mantida pelo tio do empresário que o trouxe para trabalhar na cidade. Além das lojas, o grupo Iguatemy seria transformado em um complexo industrial de lentes, armações e material fotográfico.
A Iguatemy chegou a ser a maior rede de óticas do país com dezenas de lojas em muitas cidades e no exterior. Comprou na década de 80 o grupo Jetcolor de material fotográfico e abrigou as duas empresas em um complexo no Distrito Industrial, em Marília.
Até hoje uma página chamada “Eu trabalhei na Iguatemy” reúne histórias e fotos da empresa em uma página de grupo com quase 500 membros no Facebook.
Em setembro de 2014 o empresário postou no grupo uma foto em que dizia “Este sou eu forte e vivo e não velho e morto… Bjos para todos!!! Prazer em rever vcs!”.
Em 1986 comprou o semanário Marília News que em 87 foi transformado no Diário. Em 1988 assumiu o controle das rádios Dirceu AM e Tangará FM, que pertenciam ao empresário Alcides Matiuzzo.
No mesmo ano colocou o grupo na oposição ao ex-prefeito Abelardo Camarinha para apoiar a candidatura do comerciante Pedro Pavão à prefeitura. A decisão transformou o empresário em personagem de destaque naquela campanha, que acabou vencida pelo arquiteto Domingos Alcalde, apoiado por Camarinha, com uma diferença de 43 votos.
Em 1989 anexou ao grupo o jornal Correio de Marilia, jornal que nasceu em 1928, antes da emancipação política da cidade, do jornalista Anselmo Scarano. Em 92 o Correio de Marília foi totalmente incorporado ao Diário e deixou de circular com o mais tradicional nome da mídia em Marília.
Naquele ano recebeu o título de Cidadão Mariliense, conferido pela Câmara da Cidade a partir de iniciativa do vereador Cezar Lacerda Feres Cury.
Em final de 94, Arquer vendeu todo o grupo ao empresário Antonio Marangão, de Garça, proprietário de rádios naquela cidade, falecido em janeiro deste ano.
Ainda na década de 90, transferiu a marca Iguatemy para o grupo Fotoptica, outro gigante do setor, e acabou deixando a cidade. Ainda manteve negócios em São Paulo e nos anos 2000 passou por um tratamento de fígado, inclusive com viagens ao exterior.
Juan Arquer Rubio será velado no cemitério Vale dos reis, em Taboão da Serra, onde será sepultado.