Há 14 anos faço parte de um mundo fascinante como professor. Já passei por todos os tipos de escola que vocês possam imaginar, inclusive particulares e o encanto é o mesmo das públicas. Porém com uma leve diferença, na pública o calor humano é muito maior e é maior também o número de puxa sacos que quando alcançam a coordenação, vice direção e direção esquecem que um dia já foram professores e passam a nos tratar mal como se eles nunca tivessem cometidos erros.
Continuando nos erros, nunca presenciei um governo tão relapso quanto a educação dos nossos alunos. Nefasto na forma do tratar os professores e cruel quando se trata de conceder algum benefício para essa categoria tão sofrida que realmente só trabalha por amor. Só para se ter uma ideia do tamanho do caos da nossa educação, em 2015, de 250 mil professores, 136 mil tiveram algum afastamento por problemas de saúde e mais, são 372 licenças por dia em todo o Estado, 27% por transtorno mental. (fonte: Estadão – caderno Educação). E não para por aí, entre janeiro de 2011 a junho de 2015, 9.279 professores pediram exoneração. São 172 docentes em média saindo por mês. (fonte: UOL – caderno Educação).
Outro absurdo é a questão da Progressão Continuada, trazida da França e implantada pelo governo paulista (PDB) no âmbito estadual se transformou em uma aprovação automática. Se o projeto fosse usado como o PT tentou fazer em âmbito municipal na capital paulista, com 20 alunos por sala, um bom material didático e incentivo a formação do professor, teria dado certo. Mas nas escolas estaduais de SP são mais de 40 alunos por sala, professores que trabalham em três escolas para poder completar sua carga e ainda assim, com um salário miserável nós continuamos trabalhando.
O governador Alckmin continua desrespeitando o professor sem conceder um aumento decente, mantendo a progressão, não cumprindo a lei do piso nacional, não dando incentivo para que o professor possa fazer novos cursos, ter uma boa leitura e uma melhor formação. Nós ainda estamos nessa profissão por amor e ainda temos que enfrentar esse homem, o matador da educação.